Presidente disse que, na sua criação, ONU tinha quase 100 países a menos que tem hoje e, por isso, mecanismos internos estariam defasados. Lula afirmou que ONU não foi capaz de evitar guerras nos últimos anos.
Por Pedro Henrique Gomes, g1 — Brasília
Na véspera de participar da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez em Nova York um discurso com críticas à instituição. Lula disse, entre outros pontos, que a ONU não tem “coragem” de criar o Estado Palestino.
A sessão com chefes de Estado na Assembleia-Geral da ONU começa nesta terça-feira (24). Tradicionalmente, o presidente do Brasil é o primeiro chefe de Estado a falar nas sessões de discursos. Isso é uma homenagem ao papel do país na fundação da ONU.
Lula participou da premiação anual da iniciativa Goalkeepers, organizada pela Fundação Bill e Melinda Gates.
O presidente brasileiro foi homenageado durante a cerimônia por sua contribuição para objetivos do desenvolvimento sustentável: erradicação da pobreza e combate à fome. A premiação foi criada em 2017.
“O mundo está desgovernado. Ninguém respeita ninguém. A ONU, quando foi criada, tinha 51 países que eram sócios da ONU. Agora tem 193. Significa que mais de 140 não participaram quando ela foi criada. E a ONU, que quando foi criada, teve força para criar o Estado de Israel, não tem coragem de criar o Estado Palestino”, afirmou o presidente no evento.
“A ONU não consegue, não tem força para decidir. Não precisaria ter tido a guerra da Rússia com a Ucrânia, não precisaria ter tido o genocídio na Faixa de Gaza, não precisaria ter tido a invasão da Líbia, a guerra do Iraque. Tudo isso poderia ter sido evitado se a ONU cumprisse com a sua tarefa de ser uma espécie de governança mundial”, afirmou Lula.
Lula também afirmou que a ONU não tem sido capaz de evitar guerras pelo mundo.