Sistema tocou o solo como furacão de categoria 4, numa escala que vai até 5, na quinta (26); ventos chegaram a 225 km/h. Ainda há pessoas desaparecidas.
Por g1
Furacão Helene deixa rastro de destruição nos EUA
A passagem do furacão Helene pela região sudoeste dos Estados Unidosdeixou ao menos 64 mortos e um rastro de destruição com ventos que chegaram a 225 km/h. O número de vítimas foi atualizado na noite de sábado (28), segundo a agência Associated Press (AP), e ainda há desaparecidos.
O sistema tocou o solo na noite de quinta-feira (26) no estado da Flórida como categoria 4, numa escala que vai até 5, e que significa um evento “extremamente perigoso”. Milhões de pessoas ainda estão sem energia elétrica. Equipes de resgate trabalham para resgatar moradores que ficaram presos em casa ou sem abrigo.
“Eu nunca vi tantas pessoas sem-teto como agora,” disse à AP a moradora Janalea England, de Steinhatchee, na Flórida, uma pequena cidade fluvial na região rural do estado. Ela transformou seu mercado de peixes em um ponto de doações para amigos e vizinhos.
Momento em que velejador e seu cachorro são resgatados após ficarem à deriva por passagem de furacão. — Foto: Reprodução/ g1
Após tocar o solo na Flórida, o furacão rapidamente se moveu pela Geórgia, onde o governador Brian Kemp disse neste sábado que “parece que uma bomba explodiu” após ver casas destruídas e rodovias cobertas de destroços.
Enfraquecido, Helene então inundou as Carolinas do Norte e do Sul e o Tennessee com chuvas torrenciais, fazendo com que riachos e rios transbordassem e sobrecarregassem represas.
A região oeste da Carolina do Norte ficou isolada devido a deslizamentos de terra e inundações que forçaram o fechamento de estradas.
Foram realizadas centenas de resgates aquáticos, nenhum mais dramático do que no condado rural de Unicoi, no Tennessee Oriental. Por lá, dezenas de pacientes e funcionários foram resgatados de um telhado de hospital por helicóptero na sexta-feira (27). E os resgates continuaram no dia seguinte no condado de Buncombe, Carolina do Norte, onde parte de Asheville estava debaixo d’água.
Passagem do furacão Helene nos EUA deixa mortos e rastro de destruição — Foto: reprodução JN
O morador de Asheville, Mario Moraga, disse que é “de partir o coração” ver os danos no bairro Biltmore Village. Os vizinhos têm ido de casa em casa para se certificar de que todos estão bem e oferecer apoio. “Não há serviço de celular aqui. Não há eletricidade,” disse ele.
O diretor de Serviços de Emergência do condado, Van Taylor Jones, disse que as torres de celular caídas dificultaram os esforços para as pessoas contatar os parentes.
Familiares fizeram apelos desesperados por ajuda no Facebook. Entre aqueles aguardando notícias estava Francine Cavanaugh, cuja irmã lhe disse que iria verificar os hóspedes em uma cabine de férias quando a tempestade começou a atingir Asheville. Cavanaugh, que mora em Atlanta, não conseguiu entrar em contato com ela desde então.
A tempestade, que passou a ser uma tempestade tropical, deveria ficar sobre o Vale do Tennessee neste sábado e domingo (29), segundo o Centro Nacional de Furacões.
Pacientes e funcionários presos no telhado de hospital no Tennessee em meio a enchente causada pela passagem do furacão Helene pelo estado em 27 de setembro de 2024. — Foto: NewsNation via AP
‘Devastação avassaladora’, diz Biden
O presidente Joe Biden disse neste sábado que a devastação causada por Helene foi “avassaladora” e prometeu enviar ajuda. Ele também aprovou uma declaração de desastre para a Carolina do Norte, tornando o financiamento federal disponível para os indivíduos afetados.
Helene é o ciclone tropical mais mortal da Carolina do Sul desde que o furacão Hugo matou 35 pessoas ao atingir a costa logo ao norte de Charleston, em 1989. Mortes também foram relatadas na Flórida, Geórgia, Carolina do Norte e Virgínia.
A estimativa preliminar da AccuWeather, empresa de meteorologia, para o total de danos e perdas econômicas causadas pelo Helene nos EUA é de entre 95 bilhões e 110 bilhões de dólares.
Helene foi a oitava tempestade nomeada da temporada de furacões do Atlântico, que começou em 1º de junho. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica previu uma temporada acima da média este ano devido às temperaturas recordes do oceano.
Furacão Helene provoca estragos em Boone, na Carolina do Norte, nesta sexta-feira (27). — Foto: Jonathan Drake/Reuters