Início Municípios Mundo Presidente da Coreia do Sul intensifica discurso, levanta dúvidas sobre sistema eleitoral...

Presidente da Coreia do Sul intensifica discurso, levanta dúvidas sobre sistema eleitoral e rejeita renúncia

COMPARTILHAR

O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, elevou o tom das críticas em um discurso televisionado na quinta-feira (12) e descartou a possibilidade de renunciar ao cargo. Yoon afirmou que as eleições legislativas de abril podem ter sido alvo de ataques cibernéticos da Coreia do Norte e questionou a integridade do sistema eleitoral.

O cenário político sul-coreano atravessa uma crise grave desde que o presidente decretou lei marcial no início de dezembro, uma medida que restringiu direitos civis e buscava dissolver a Assembleia Nacional, controlada pela oposição. No entanto, a ação foi rapidamente rejeitada pelos parlamentares, inclusive por aliados do governo, intensificando o isolamento político de Yoon. Apesar de ter enfrentado um pedido de impeachment que não prosperou, ele agora é investigado por insurreição, enquanto o ex-ministro da Defesa, identificado como mentor da medida, foi preso.

Em seu pronunciamento, Yoon defendeu a decisão de decretar lei marcial como uma tentativa de proteger o país contra uma “ditadura parlamentar de oposição” e garantiu que continuará lutando contra as forças que, segundo ele, tentam desestabilizar o governo. Ele também ordenou uma investigação no sistema da Comissão Eleitoral, acusando o órgão de ter sido hackeado pela Coreia do Norte e de não cooperar com auditorias.

O presidente enfrenta dificuldades para aprovar projetos no parlamento, dominado pela oposição, incluindo a proposta orçamentária para 2025. A declaração marca uma mudança de postura em relação a um discurso anterior, no qual ele havia pedido desculpas pela imposição da lei marcial. Agora, Yoon justificou a medida como um ato legítimo de governo que não está sujeito a revisão judicial.

A lei marcial

Presidente da Coreia do Sul decreta lei marcial; entenda o termo

A decretação da lei marcial gerou protestos massivos e críticas tanto da oposição quanto de setores do próprio governo. A medida suspendeu atividades políticas, fechou a Assembleia Nacional e impôs controle sobre a imprensa, provocando reações negativas em todo o país. Apesar de ter revogado a medida, o impacto político persiste, e Yoon continua sendo alvo de fortes pressões internas e externas.