O governo argentino denunciou nesta sexta-feira (13) a prisão de um oficial da Gendarmaria, força de segurança nacional, na Venezuela, conforme reportado pela agência Reuters. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Argentina classificou a detenção como “arbitrária e injustificável”.
Segundo informações, o oficial Nahuel Agustín Gallo chegou à Venezuela vindo da Colômbia em 8 de dezembro para visitar sua companheira e familiares. No entanto, foi “imediatamente preso, sem justificativa legítima, em clara violação de seus direitos fundamentais”, declarou o governo argentino.
O Ministério das Relações Exteriores condenou com veemência o ato, chamando-o de “violação flagrante das normas internacionais que asseguram a inviolabilidade das missões diplomáticas e a proteção de seus funcionários”. Além disso, denunciou que o caso faz parte de uma campanha de “hostilidade, intimidação e violência psicológica” contra a missão diplomática argentina e os asilados em sua sede.
O comunicado também destacou a presença de atiradores de elite posicionados nas proximidades da embaixada e a ocupação ilegal de residências vizinhas, criando um “cerco de fato” com o objetivo de gerar terror entre aqueles abrigados no local.
Exigências e apelo internacional
O governo argentino pediu a “liberação imediata” do oficial detido e a entrega dos salvo-condutos para os asilados na embaixada. Também apelou ao secretário-geral da ONU e à comunidade internacional para que tomem medidas urgentes. “A passividade ou demora em agir só agravará a situação”, afirmou o comunicado.
Contexto diplomático
A sede da embaixada da Argentina em Caracas está sob custódia do Brasil desde agosto, quando o governo argentino retirou seu corpo diplomático após o presidente Javier Milei romper relações com o regime de Nicolás Maduro. Desde então, seis opositores venezuelanos acusados de “terrorismo” estão abrigados na embaixada, aguardando salvo-condutos para deixar o país.
O governo brasileiro, mesmo sem a autorização da Venezuela, continua defendendo os interesses argentinos no local e mantém a proteção da embaixada.