Safra de grãos deve bater novo recorde, apesar de desafios climáticos
A Companhia Nacional de Abastecimento elevou a projeção para a safra de grãos no Brasil. Apesar das adversidades climáticas, o país caminha para mais um recorde de produção.
Em algumas regiões, os números são animadores. Em uma fazenda em Porto Nacional, no Tocantins, o clima ajudou e manteve a confiança dos produtores.
“Durante todo o período, a chuva foi maravilhosa. Este ano foi bom, e a safra será excelente, uma das melhores”, afirma o produtor rural Delcio Hielt.
No entanto, nem todos os estados compartilham desse otimismo. No Rio Grande do Sul, a produção de soja deve cair 17% pela quarta safra consecutiva. A estiagem trouxe prejuízos que podem ultrapassar R$ 14 bilhões.
“O grão ficou enrugado, mal formado, sem qualidade, sem peso. Secou à força”, lamenta o produtor Nerison Schuster.
Além do Rio Grande do Sul, partes do Paraná e Mato Grosso do Sul também sofreram com a falta de chuvas em momentos cruciais, impactando a produtividade. Em contrapartida, estados como Goiás tiveram um desempenho acima das expectativas.
“Mato Grosso, Goiás e Bahia foram fundamentais para garantir uma safra nacional expressiva, com números recordes na temporada 2024/2025”, explica Leonardo Machado, consultor da FAEG.
Estimativas da Safra 2024/2025

A Companhia Nacional de Abastecimento projeta um crescimento de 10% na produção de grãos, atingindo 328 milhões de toneladas. Entre os principais cultivos, a soja deve alcançar 167 milhões de toneladas, enquanto o milho soma 122 milhões. A produção de arroz e feijão também deve crescer.
“Goiás, por exemplo, tem avançado no plantio de arroz graças a novas tecnologias desenvolvidas pela Embrapa. As cultivares altamente produtivas têm conquistado os produtores, que estão cada vez mais investindo nessa cultura”, destaca Leonardo Machado.
No campo, o ritmo de trabalho é intenso. Após a colheita da soja, começa o plantio do milho, essencial para a alimentação animal. Em Bela Vista de Goiás, o produtor Luciano Afonso plantou 150 hectares e mantém o otimismo.
“A gente sempre quer produzir e ter bons resultados. É um desafio, uma cultura de risco, mas fazemos a nossa parte. O plantio foi bem feito, agora contamos com a ajuda de Deus para alcançar uma boa produtividade”, afirma.