Maria da Penha Maia Fernandes (Fortaleza-CE, 1º de fevereiro de 1945) é farmacêutica bioquímica e se formou na Faculdade de Farmácia e Bioquímica da Universidade Federal do Ceará em 1966, concluindo o seu mestrado em Parasitologia em Análises Clínicas na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo em 1977.
O caso de Maria da Penha se tornou um marco na luta contra a violência doméstica que atinge milhares de mulheres em todo o país. Sua longa jornada de quase vinte anos em busca de justiça a transformou em um símbolo de resistência e esperança por uma vida sem agressões.
Autora do livro “Sobrevivi… posso contar” (1994) e criadora do Instituto Maria da Penha (2009), ela continua atuando ativamente por meio de palestras e ações de conscientização. Sua voz denuncia a impunidade e chama atenção para uma violência que ultrapassa fronteiras, pois é também social, cultural, política e ideológica, atingindo mulheres, jovens e meninas em diferentes partes do mundo.
O INÍCIO
Maria da Penha conheceu o colombiano Marco Antonio Heredia Viveros em 1974, quando cursava o mestrado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo. Ele também fazia pós-graduação na instituição, mas na área de Economia. No mesmo ano, iniciaram um relacionamento amoroso, marcado inicialmente por gestos de atenção, gentileza e solidariedade.
Dois anos depois, em 1976, os dois se casaram. Com a conclusão do mestrado de Maria da Penha e o nascimento da primeira filha, o casal se mudou para Fortaleza, onde vieram ao mundo as outras duas meninas. Foi nesse período que o comportamento de Marco Antonio começou a se transformar. Após conquistar a cidadania brasileira e estabilidade profissional, ele passou a demonstrar atitudes agressivas, intolerância e explosões de raiva, não apenas contra a esposa, mas também contra as filhas.
A rotina da família passou a ser marcada pelo medo, pela tensão e por episódios recorrentes de violência. Instalou-se o chamado ciclo da violência doméstica, caracterizado por três etapas: aumento da tensão, agressão física ou psicológica e, em seguida, o arrependimento, acompanhado de comportamentos carinhosos – a chamada “fase da lua de mel”. Foi nesse momento de aparente reconciliação que Maria da Penha, acreditando em uma mudança de comportamento do marido, decidiu ter a terceira filha.
















