O espaço oferece serviços de triagem, acolhimento, alojamento, apoio psicossocial e jurídico, promoção de autonomia econômica, além de uma brinquedoteca para crianças.
Inaugurada em 8 de março deste ano, no Dia Internacional da Mulher, a Casa da Mulher Brasileira em Teresina já atendeu quase 5 mil mulheres vítimas de violência doméstica. Esta iniciativa do governo federal, em parceria com o Governo do Estado e a Prefeitura de Teresina, oferece um atendimento integrado ao reunir diversos serviços essenciais em um único local.
O espaço disponibiliza serviços de triagem, acolhimento, alojamento, apoio psicossocial e jurídico, além de promover a autonomia econômica e oferecer uma brinquedoteca para as crianças.
A secretária das Mulheres do Piauí, Zenaide Lustosa, destaca que a integração dos serviços proporciona uma resolução mais eficaz dos casos. “O grande diferencial deste espaço é a integração dos serviços, que faz com que a mulher se sinta mais acolhida e não precise se deslocar para resolver seu problema em diferentes repartições”, afirma.
A coordenadora estadual da Casa da Mulher Brasileira, Andréa Bastos, acrescenta que a centralização dos serviços é um grande avanço na rede de atendimento, pois evita que as mulheres tenham que buscar proteção em vários locais, o que muitas vezes pode levar à desistência.
Autonomia econômica: uma saída para a violência doméstica
Para muitas mulheres vítimas de violência doméstica, a falta de uma renda fixa ou a dependência econômica dos parceiros dificulta a ruptura do ciclo de violência. Reconhecendo isso, a Casa da Mulher Brasileira oferece oportunidades de formação e capacitação como uma das saídas para essa situação. O objetivo é preparar essas mulheres para reintegrar-se ao mercado de trabalho e retomar suas vidas com confiança e segurança.
Para apoiar essa transição, a Casa da Mulher instalou um posto do Serviço Nacional de Emprego (Sine), que ajuda no encaminhamento para o mercado de trabalho e oferece cursos de qualificação por meio do Programa Qualifica Piauí, da Secretaria da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (Sasc). “A autonomia econômica é crucial para romper o ciclo de violência. O Sine facilita o acesso ao mercado de trabalho e oferecemos cursos para capacitar essas mulheres”, destaca Zenaide Lustosa.
Adriana de Sousa Lima Freire é uma das participantes do curso de beleza e vestuário oferecido pelo Programa Qualifica. Ela comenta: “Com o curso de cabeleireira, vou entrar no mercado da beleza. A qualificação é muito gratificante, pois nos dá a chance de trabalhar e crescer profissionalmente.”
Documentos retidos
Para registrar denúncias, as vítimas precisam de documentos, mas frequentemente o agressor retém o RG da mulher. Para resolver essa questão, a Casa da Mulher Brasileira conta com um posto do Instituto de Identificação. “Sem documentos, o atendimento não pode avançar. O instituto facilita a emissão da segunda via dos documentos necessários para que essas mulheres possam prosseguir com o atendimento”, explica Zenaide Lustosa.
Brinquedoteca e atendimento psicossocial
A brinquedoteca é um espaço muito valorizado, onde as crianças podem ficar enquanto suas mães recebem atendimento. “Contamos com profissionais qualificados para cuidar das crianças durante esse tempo. A brinquedoteca está à disposição das mães a qualquer hora, especialmente para aquelas que chegam com seus filhos em situações de emergência”, explicou a secretária. Desde a inauguração, 131 crianças utilizaram o espaço.
Atendimento psicossocial e denúncias
O atendimento psicossocial é essencial, pois muitas mulheres chegam fragilizadas ao fazer denúncias contra agressores e necessitam de apoio. “Essa fragilidade psicológica é uma forma de violência que afeta toda a vida da mulher. Com o suporte da nossa rede, ela se sente mais amparada”, afirma Lucivânia Vidal, delegada-titular da Casa da Mulher Brasileira.
Denúncia
Lucivânia acrescenta que, além de registrar um boletim de ocorrência, as mulheres vítimas podem solicitar medidas protetivas e iniciar o processo jurídico diretamente na Casa da Mulher Brasileira. “A presença de órgãos aqui dentro facilita e agiliza esse processo”, explica.
Larissa Bastos, coordenadora municipal da Casa da Mulher Brasileira, informa que a instituição é a nona do Brasil e funciona 24 horas. “O setor jurídico está disponível até as 13h30 por enquanto, mas as delegacias estão abertas 24 horas, inclusive nos fins de semana. A mulher pode vir a qualquer momento para receber atendimento”, ressalta Larissa.
O endereço da Casa da Mulher Brasileira de Teresina é Avenida Roraima, 2563, bairro Aeroporto. O telefone institucional é 99412-2719, que também é WhatsApp.
Serviços oferecidos na Casa da Mulher Brasileira
Setor psicossocial
Brinquedoteca para acompanhar as crianças que vêm com as mães
Alojamento de passagem, onde a mulher pode ficar abrigada por 48 horas enquanto sua situação é resolvida
Defensoria Pública
Ministério Público
Tribunal de Justiça, com uma área especializada em violência contra a mulher
Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher
Guarda Municipal Maria da Penha e a Patrulha Municipal Maria da Penha.
Fonte: Governo do Piauí