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Alckmin indica abertura do Brasil para dialogar com os EUA sobre big techs e minerais estratégicos

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Alckmin defende diálogo com os EUA sobre big techs, data centers e minerais estratégicos

O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira (7) que o Brasil está aberto ao diálogo com os Estados Unidos sobre questões relacionadas a barreiras não tarifárias, como a atuação das big techs, a instalação de data centers e a exploração de minerais estratégicos.

Esses temas já haviam sido mencionados pelo governo norte-americano durante as negociações para reduzir a tarifa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump a produtos brasileiros.

Big techs: são grandes empresas de tecnologia responsáveis por redes sociais e plataformas digitais. Trump criticou as leis brasileiras que regulam o funcionamento dessas companhias no país ao justificar o aumento das tarifas. Data centers: o Brasil busca se consolidar como um hub global de data centers — estruturas complexas para armazenar e processar dados, essenciais para áreas como a inteligência artificial. O governo Trump demonstrou receio de perder espaço nesse setor. Minerais estratégicos: o Brasil possui uma das maiores reservas mundiais desses minerais, usados em tecnologias de ponta, como chips e semicondutores. Os EUA já expressaram interesse em explorá-los.

A declaração de Alckmin foi dada após uma reunião com Gabriel Escobar, encarregado de negócios da embaixada dos EUA no Brasil. O encontro ocorre em meio à crise provocada pelo aumento das tarifas norte-americanas sobre produtos brasileiros.

“Ele veio conversar, apresentamos nossos argumentos. Dos dez principais produtos exportados, oito já têm alíquota zero. A tarifa média é de 2,7%”, disse o ministro.

Apesar disso, Alckmin reconheceu que os entraves podem estar em exigências regulatórias não tarifárias. “Se o problema for esse, vamos sentar, conversar e resolver. Se o foco está em data centers, big techs, minerais estratégicos, vamos construir uma pauta de entendimento. Não fomos nós que criamos esse impasse, mas estamos dispostos a trabalhar pela solução.”

Plano de contingência contra os efeitos do tarifaço

Alckmin também afirmou que o plano de contingência do governo federal, criado para enfrentar os impactos das novas tarifas impostas pelos EUA, já foi apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“O presidente vai decidir, e o anúncio deve ser feito amanhã ou no início da próxima semana”, afirmou.

Segundo ele, o plano será focado nas empresas mais afetadas pelo tarifaço, especialmente aquelas com alto volume de exportações para os Estados Unidos.

“Vamos priorizar essas empresas, que têm uma participação maior no mercado americano. A ideia é usar uma régua para definir os critérios de apoio”, explicou.

Atualmente, a resposta do governo federal ao tarifaço está dividida em duas frentes:

Negociação com os EUA para tentar reduzir a alíquota de 50% e retirar o maior número possível de produtos da lista tarifada; Apoio direto aos setores mais prejudicados, por meio do plano de contingência que será anunciado em breve.