Condições climáticas do período entre julho e outubro favorecem o desenvolvimento de folhagens.
Verduras e frutas diversas estão sempre presentes na Quitanda da Agricultura Familiar. Mas, nos últimos dias, a presença de hortaliças – em especial, folhagens, como alface, cebolinha, coentro, rúcula e outros – tem dado um verde especial às feiras, o que foi perceptível na edição deste domingo (14) na Feirinha Verde na Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Um dos grupos presentes foi o da Horta do Giovani Prado, que fica localizada na zona Leste de Teresina. Por lá, eles conseguem estimar um aumento de cerca de 70% na produção de hortaliças a partir de uma experiência de uso de “sombrites”, que protegem as folhagens do impacto intenso do sol e da chuva. De acordo com o agricultor João Pedro Sousa, o coletivo fez o investimento por conta do aumento da procura pelos produtos depois que passaram a integrar a Quitanda da Agricultura Familiar.
“A gente fez um investimento muito grande no sombrite e na estufa, o que melhorou bastante, cerca de 70 % na produção de alfaces, rúculas e cheiro-verde. A gente estava tendo muita procura, então a gente teve que se adaptar às nossas vendas, porque estava aumentando o número de cliente”, explicou.Fotos: Geirlys Silva / SAF
Assim como a horta do Giovani Prado, outros coletivos que participam da Quitanda, desenvolvida pela Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), também têm começado a obter aumento na produção. E uma das explicações, além dos investimentos em estrutura, é o período favorável para o melhor desenvolvimento de folhagens diversas – com o fim do período chuvoso e o início da época mais seca, as condições favorecem a qualidade dos produtos, como explica o assessor técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Gilmar Martiniano.
“Nós estamos saindo do período de inverno e estamos adentrando um período mais seco agora, de julho a outubro. É um período onde os produtores conseguem ter uma produção de folhas com maior facilidade por não estar tão seco e não estar muito úmido. No período de inverno, a maior dificuldade é justamente a quantidade de milímetros de água muito concentrada naqueles canteiros, e as plantas não conseguem desenvolver o sistema radicular. A partir de novembro e dezembro, é o inverso, é o sol que é muito quente. Então acontece o mesmo problema, as hortaliças começam a amarelar e começa a ter uma perda e redução gradativa da produtividade”, explicou.
Quem festeja uma melhor qualidade dos produtos é o consumidor. A costureira Erudith Pereira diz que gosta sempre de comprar produtos da agricultura familiar por saber que são mais saudáveis. “Eu gosto muito, são produtos que a gente sabe que não tem agrotóxicos, que não vão fazer mal para a nossa saúde, e eu acho que de tudo que você procurar aqui, tem um pouco. Eu gosto daqui e vou continuar vindo comprar”, citou.
Quitanda da Agricultura Familiar tem impulsionado produção de alimentos
A partir do projeto Quitanda, desenvolvido pela Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), agricultores e agricultoras familiares têm investido no aumento da produção por conta da facilidade em comercializar seus produtos.
O engenheiro agrônomo da SAF, Bruno Costa, que acompanha a Quitanda, pontua que o projeto auxilia em um dos maiores desafios para os produtores, que é a venda da produção. “Produzir já é complicado e o mais difícil ainda é a venda. E com essa comercialização, eles começam a progredir, a melhorar nesse setor de vendas. E a Quitanda é um projeto que auxilia muito nesse sentido”, explicou.
A Quitanda da Agricultura Familiar leva produtores para diversos espaços de comercialização. Aos domingos, acontece quinzenalmente na Feirinha Verde, na Universidade Federal do Piauí (UFPI), e também na Feirinha Oxente, na praça da Vilmary, no bairro São Cristóvão, em domingos alternados. Além das feirinhas, o projeto leva os agricultores para comercializarem produtos em condomínios, supermercados e em empresas privadas.