A agência de notícias Associated Press (AP) anunciou que está processando integrantes do governo de Donald Trump após ter sido impedida de cobrir eventos presidenciais por se recusar a adotar a expressão “Golfo da América” em referência ao Golfo do México. O comunicado foi divulgado nesta sexta-feira (21).
Segundo a AP, as restrições impostas pela Casa Branca violam a Constituição dos EUA e ferem o princípio da liberdade de expressão. Diante disso, a agência solicitou à Justiça Federal que revertesse a decisão do governo.
A ação tem como alvos a chefe de gabinete da Casa Branca, Susan Wiles, o vice-chefe de gabinete, Taylor Budowich, e a secretária de imprensa, Karoline Leavitt.
No dia 11 de fevereiro, um repórter da AP foi impedido de participar de um evento no Salão Oval. Na ocasião, a agência afirmou que a administração federal havia condicionado a presença de jornalistas à aceitação da ordem executiva que rebatizou o Golfo do México.
“É alarmante que a administração Trump penalize a AP por seu jornalismo independente. Restringir nosso acesso ao Salão Oval com base no conteúdo de nossa cobertura não apenas compromete gravemente o direito do público a informações isentas, mas também constitui uma clara violação da Primeira Emenda”, declarou a agência.
Nos dias seguintes, a AP também foi barrada de uma coletiva de imprensa com Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, e proibida de embarcar no Air Force One, aeronave presidencial dos EUA. Tradicionalmente, jornalistas de diversos veículos acompanham viagens presidenciais a bordo.
Na terça-feira (18), Trump reafirmou que a Associated Press permaneceria excluída de eventos da Casa Branca até que aceitasse usar o termo “Golfo da América”.
Nesta semana, cerca de 40 organizações jornalísticas assinaram uma carta, organizada pela Associação de Correspondentes da Casa Branca, pedindo que o governo revertesse a política de restrição contra a AP.
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