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Avião da FAB com brasileiros deportados dos Estados Unidos aterrissa em Belo Horizonte.

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Na noite deste sábado (25), um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) aterrissou no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, trazendo os primeiros brasileiros deportados dos Estados Unidos após a posse do presidente Donald Trump. A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, esteve presente no terminal para recebê-los.

Inicialmente, era previsto que os 88 deportados chegassem na noite de sexta-feira (24). Contudo, a aeronave enviada pelos Estados Unidos teve que fazer um pouso em Manaus devido a problemas técnicos. Quatro passageiros, que seguiriam para Rondônia e Roraima, optaram por desembarcar na cidade.

A expectativa era de que o governo norte-americano enviasse outra aeronave para transportar os deportados de Manaus até Minas Gerais. Porém, após a intervenção do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, foi solicitado um voo da FAB. Ele também orientou que a Polícia Federal recepcionasse os brasileiros, que chegaram ao país algemados, determinando a remoção imediata das algemas.

Segundo o Ministério da Justiça, o presidente Lula autorizou o uso da aeronave da FAB para garantir a segurança e a dignidade dos brasileiros. O avião saiu da Base Aérea de Brasília no início da tarde, pousou em Manaus às 14h45 (horário local) e seguiu para Confins às 16h50.

Denúncias de violência por agentes dos EUA

Vários passageiros relataram agressões por parte dos agentes de imigração norte-americanos. Vitor Gustavo da Silva, de Rondônia, afirmou ter sido agredido e criticou as condições da aeronave. Após viver nos Estados Unidos por 20 anos, ele descreveu sua experiência como degradante. Jefferson Maia, outro deportado, relatou ter ficado 50 horas algemado, sem acesso a água ou banheiro.

Segunda leva de deportados em 2025

Este é o primeiro voo de deportação dos Estados Unidos para o Brasil após a posse de Donald Trump. No entanto, já é o segundo em 2025: o primeiro, ocorrido em 10 de janeiro, trouxe 100 deportados, ainda durante o governo de Joe Biden.

A política migratória de Trump

Desde a posse para um novo mandato, Donald Trump implementou medidas rigorosas contra a imigração ilegal. Entre elas, o retorno da política “Permaneça no México”, a retomada da construção do muro na fronteira, o fim do asilo para quem cruza ilegalmente, e a classificação de cartéis de drogas como organizações terroristas. Além disso, Trump anunciou operações de deportação em massa, afirmando que sua gestão busca proteger as fronteiras e comunidades americanas.

A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, informou que 538 imigrantes ilegais foram presos desde o início do mandato, incluindo suspeitos de terrorismo e membros de organizações criminosas. Ela definiu as ações como parte da “maior operação de deportação em massa da história”.

Histórico de deportações

A frequência de voos com brasileiros deportados dos Estados Unidos começou em 2019, durante o primeiro mandato de Trump, após um endurecimento nas políticas de imigração. Naquele ano, o então presidente Jair Bolsonaro autorizou a entrada de aviões fretados com deportados, algo que não ocorria desde 2006.

Trump também declarou “emergência” na fronteira entre os Estados Unidos e o México, permitindo o envio de tropas militares para a região. Além disso, no primeiro dia de seu novo mandato, revogou cerca de 80 decretos do governo de Joe Biden relacionados à imigração, incluindo a medida que autorizava a reunificação de famílias de imigrantes separadas na fronteira.