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Braga Netto aprovou plano que incluía assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes, diz PF

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Relatório da PF que detalha ações criminosas para promover um golpe de Estado no país foi tornado público pelo ministro Alexandre de Moraes e enviado à PGR nesta terça.

Por g1 — Brasília

Braga Netto em 25 de março de 2022 — Foto: Evaristo Sa/AFP

Braga Netto em 25 de março de 2022 — Foto: Evaristo Sa/AFP 

O relatório da Polícia Federal tornado público nesta terça-feira (26) revelou que o ex-ministro da Defesa e general Walter Souza Braga Netto teria aprovado o plano “Punhal Verde Amarelo” – que previa o uso de veneno e explosivos para assassinar Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes em dezembro de 2022. 

Naquele momento, Lula e Alckmin já tinham sido eleitos, mas ainda não tinham tomado posse na presidência da República. Moraes era presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Segundo o relatório, o plano foi elaborado pelo general Mario Fernandes – um dos cinco presos na operação Contragolpe, na última semana. 

Golpistas pretendiam usar veneno e explosivos para matar autoridades em 2022, diz PF 

O planejamento foi apresentado e validado durante uma reunião realizada em 12 de novembro de 2022, na residência de Braga Netto. Nessa ocasião, segundo a PF, o ex-ministro aprovou as medidas.

Essa reunião, ainda de acordo com a PF, também envolveu os chamados “kids pretos” – apelido dado aos militares das forças especiais do Exército. 

O objetivo do encontro era “apresentar o planejamento das ações clandestinas com o objetivo de dar suporte às medidas necessárias para tentar impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Poder Judiciário”. 

“A reunião contou com o tenente-coronel Mauro Cesar Cid, o Major Rafael de Oliveira e o Tenente-Coronel Ferreira Lima, oportunidade em que o planejamento foi apresentado e aprovado pelo General Braga Netto”, diz a PF.

O relatório da PF ressalta que o plano foi parte de uma série de estratégias articuladas por setores do governo e militares alinhados com Bolsonaro para impedir a transição democrática. O uso de violência, segundo a investigação, era visto como um recurso viável para alcançar os objetivos do grupo. 

A reunião na residência de Braga Netto ocorre como um ponto-chave na investigação, pois mostra o envolvimento direto de altos oficiais do Exército em articulações para subverter o Estado Democrático de Direito. 

A aprovação do planejamento por parte do general reforça sua participação ativa no núcleo golpista.