O Instituto Migrações e Direitos Humanos, fundado pela irmã Rosita há 25 anos, ajuda refugiados com documentos, emprego, aulas de português, escola.
Por Jornal Nacional
Brasileira vence prêmio Nansen da agência das Nações Unidas para refugiados
Uma brasileira venceu o Prêmio Nansen, da Agência das Nações Unidas para Refugiados.
Todos são recebidos com carinho pela irmã Rosita. A boleira Nadia Esmeralda fugiu da fome e da violência doméstica na Venezuela e veio com as três filhas para o Brasil.
“Uma nova vida”, diz.
Atendimentos como esse, que irmã Rosita gosta de fazer pessoalmente quando pode, muitas vezes são o primeiro passo para que o refugiado consiga começar a construir um novo futuro no Brasil. O Instituto Migrações e Direitos Humanos, fundado pela irmã Rosita há 25 anos, ajuda nos documentos, emprego, aulas de português, escola.
Em Brasília e Roraima, o instituto auxiliou, em dois anos, quase 24 mil migrantes e refugiados de mais de 70 países. A maioria, da Venezuela.
Brasileira Rosita Milesi vence o Prêmio Nansen da Agência das Nações Unidas para Refugiados — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
No Brasil, antes da irmã Rosita, só o cardeal Dom Paulo Evaristo Arns havia recebido o Prêmio Nansen, da Agência das Nações Unidas para Refugiados.
“São as pessoas mais vulneráveis entre os vulneráveis. Um refugiado, uma família refugiada ou uma refugiada que chega a um país onde tem que recomeçar tudo sem conhecer nada, está em uma situação de vulnerabilidade muito maior”, afirma Rosita Milesi, fundadora do Instituto de Migrações e Direitos Humanos.
Rosita Milesi vence o Prêmio Nansen da Agência das Nações Unidas para Refugiados — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
Irmã Rosita faz parte da Congregação das Irmãs Scalabrinianas, que desde o século XIX se dedica a ajudar migrantes e refugiados. Também é advogada e coordena uma rede de organizações que atuam com pessoas em deslocamento.
A chef de cozinha Jana Alraee veio da Síria com a família há onze anos. Habilidosa na cozinha, teve ajuda de irmã Rosita e agora se prepara para inaugurar o próprio negócio.
“Ela abriu para mim todas as janelas aqui no Brasil. Eu acho ela mesmo uma mãe aqui. Agora eu falo para ela mãe, não falo para ela irmã”, diz.
“Muitas pessoas me dizem: a minha gratidão aqui é porque fui escutada, mesmo que a gente não tenha feito grandes coisas para a pessoa, porque nem sempre se consegue fazer tudo. É isso de escutar, mesmo que a gente diga: ‘Olha, não tenho nada para lhe oferecer de material. Mas você está em meu coração’”, conta Rosita Milesi.