Primeiro-ministro israelense pediu para que forças de paz deixassem a região. Governo de Israel acusa Hezbollah de usar estruturas da Unifil para fazer ataques.
Forças de paz da ONU no Líbano, conhecidas como ‘capacetes azuis’, em outubro de 2023 — Foto: REUTERS/Thaier Al-Sudani
O chefe das forças de paz da ONU no Líbano (Unifil) afirmou nesta segunda-feira (14) que os soldados da organização vão permanecer no território. A afirmação é uma resposta ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que pediu que os agentes conhecidos como “capacetes azuis” deixassem a área.
“Foi tomada a decisão de que a Unifil permaneça atualmente em todas as suas posições, apesar dos pedidos das Forças de Defesa de Israel para que abandonem as posições próximas à Linha Azul”, afirmou Jean-Pierre Lacroix, chefe da Unifil.
Em 2000, a Unifil estabeleceu a “Linha Azul”, uma faixa de 120 quilômetros ao longo do sul do Líbano para garantir a retirada completa das forças israelenses do Líbano. À época, essa linha marcou o fim de uma ocupação de Israel na região que durou quase 20 anos.
Netanyahu quer que as forças de paz no sul do Líbano se retirem das áreas próximas à fronteira com Israel. O primeiro-ministro israelense também nega que o país esteja mirando alvos da Unifil.
No entanto, as forças de paz da ONU acusaram o exército israelense de disparar “repetida” e “deliberadamente” contra suas instalações, ferindo cinco capacetes azuis.
Segundo Netanyahu, o Hezbollah está utilizando “as instalações e posições da Unifil como cobertura para realizar ataques” contra Israel.
De acordo com a Resolução 1701 do Conselho de Segurança, apenas os cerca de 9.500 efetivos da Unifil e o exército libanês podem atuar no sul do Líbano.
“Acabamos de ouvir dos membros do Conselho de Segurança da ONU a expressão unânime de apoio à Unifil. Claro, isso é muito encorajador”, acrescentou Lacroix.