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Com um aumento de 376% nos casos registrados na capital, a Patrulha Maria da Penha expandirá seus atendimentos em 2024, após um ano de descentralização dos serviços.

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A descentralização do programa resultou em um crescimento no número de mulheres atendidas, além de contribuir para a diminuição das ocorrências de violência doméstica.

A Patrulha Maria da Penha comemora, em dezembro, o primeiro ano de expansão dos seus serviços para os batalhões do interior do estado, alcançando todas as regiões do Piauí atendidas pela Polícia Militar. Com a descentralização, o programa registrou aumento no número de mulheres atendidas e uma diminuição nas ocorrências de violência doméstica.

Entre junho e outubro, os municípios do interior registraram quase 1.700 visitas a mulheres, com cerca de 600 medidas protetivas atendidas. Além disso, 252 vítimas foram resgatadas e encaminhadas à rede de proteção, enquanto 226 pessoas foram presas durante 886 diligências policiais. Para a major Leoneide Rocha, comandante da Patrulha Maria da Penha, o programa tem se mostrado eficiente no enfrentamento da violência contra a mulher.

“A evolução dos dados pode variar conforme a localidade, mas de maneira geral, o aumento no atendimento às vítimas e a queda nas ocorrências de violência doméstica em algumas cidades demonstram a eficácia do programa. Desde sua implantação, nenhuma mulher assistida foi vítima de feminicídio”, ressalta a major.

A Patrulha Maria da Penha, com foco em um atendimento humanizado e com policiais qualificados, visa o cumprimento da Lei Maria da Penha, que combate a violência doméstica e familiar contra a mulher. O programa monitora, protege e acompanha as mulheres em situação de violência, buscando garantir mais segurança e reduzir a reincidência de agressões.

Maria de Sousa, 45 anos, babá e moradora da zona Norte de Teresina, é um exemplo do impacto positivo do programa. Vítima de violência psicológica e patrimonial em um relacionamento de três anos, ela procurou a Polícia e obteve uma medida protetiva. Desde então, passou a ser acompanhada pela Patrulha Maria da Penha. “Eu me senti mais segura, porque saber que tenho para onde ligar e que a equipe está pronta para me apoiar me deixou mais tranquila”, contou Maria.

Em 2024, o programa acompanhou 1.305 medidas protetivas de urgência na capital, um aumento de 376% em relação ao ano anterior, quando foram registradas 274 medidas.

“A principal meta é proteger as mulheres vítimas de violência doméstica, evitando novos ataques e represálias por parte dos agressores. Para isso, realizamos visitas periódicas às vítimas, orientamos sobre seus direitos e serviços disponíveis, como acolhimento psicológico, e intensificamos o patrulhamento preventivo nas áreas de risco”, explica a major Leoneide.

Em Brejo do Piauí, por exemplo, a violência doméstica era alarmante em 2022, com uma média de sete ocorrências mensais. Após a implementação da Patrulha Maria da Penha em 2023 e a capacitação dos policiais, a situação mudou. O tenente Edmundo, coordenador do Núcleo Patrulha Maria da Penha, destacou que a abordagem humanizada e informativa fez com que as denúncias aumentassem inicialmente, mas com o tempo o número de ocorrências caiu significativamente, atingindo um índice quase zerado de violência durante um mês.

“Com a qualificação dos policiais e a abordagem adequada, as ocorrências passaram a ser resolvidas de forma mais eficaz. Em 32 anos de polícia, nunca vi tanto investimento em capacitação como agora”, afirmou o tenente Edmundo.

A Patrulha Maria da Penha pode ser acionada pelo número 190 (Polícia Militar), pelo 180 (Central de Atendimento à Mulher), ou pelos contatos diretos (86) 9 9407-4875, para denúncias, e (86) 9 9407-1089, para fiscalização, ambos com atendimento 24 horas.