O evento começou nesta segunda-feira (11) no Azerbaijão – país muito dependente do petróleo e que vai ser colocado à prova nos próximos dias.
Por Jornal Nacional
Começa no Azerbaijão a COP29
Começou nesta segunda-feira (11), no Azerbaijão, a Conferência do Clima da ONU – a COP29. O objetivo da reunião é discutir medidas para frear o aquecimento do planeta e as mudanças climáticas. Os enviados especiais Rodrigo Carvalho, Ross Salinas e Stephanie Wegenast acompanharam a abertura.
Com a palavra, um ex-peixe grande da área de petróleo ado Azerbaijão:
“Estamos a caminho da ruína. E não se trata de problemas futuros. A mudança climática já é realidade”.
Mukhtar Babayev é ex-diretor da estatal petrolífera do país. Hoje, é ministro da Ecologia e de Recursos Naturais e presidente da COP29. Esse “discurso verde” do Azerbaijão, país megadependente do petróleo, vai ser colocado à prova nos próximos dias. Quais metas o país-anfitrião vai prometer? E vai pressionar direito os outros líderes?
Nas próximas duas semanas, chefes de Estado, de governo e diplomatas de quase 200 países vão se reunir em Baku, capital do Azerbaijão. Eles vão tentar avançar na estratégia para conter essa crise climática que a gente vive. Mas dá para esperar alguma coisa de uma Conferência do Clima sem a presença dos líderes dos maiores poluidores do planeta? Estados Unidos e China não mandaram seus chefes de governo.
A eleição de Donald Trump também é assunto forte. O presidente eleito nega a crise climática. O enviado especial do governo Joe Biden para o clima, John Podesta, disse que a vitória de Trump foi decepcionante para quem debate soluções para as mudanças do clima, mas que o trabalho nos Estados Unidos vai continuar com dedicação, paixão e fé.
O presidente Lula não foi para a COP29 por causa do acidente doméstico que sofreu em outubro. O vice Geraldo Alckmin já chegou para representar o Brasil no Azerbaijão.
A primeira decisão tomada nesta segunda-feira (11) era esperada há muito tempo: um acordo que estabelece regras para o mercado de créditos de carbono – o esquema que permite que países ou empresas poluentes financiem projetos ambientais em outros países para compensar as próprias emissões.
COP29: Conferência do Clima da ONU é um esforço mundial para frear o aquecimento do planeta — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
A principal pauta desta conferência é dinheiro, o chamado financiamento climático – um repasse para os países mais pobres lidarem com a nova realidade do planeta. É muito, mas muito dólar em jogo. Nem todo país rico está disposto a rachar essa conta.
“Está na casa dos bilhões, né? O último compromisso era de US$ 100 bilhões anuais, e a gente espera que isso se desloque para a casa dos trilhões, que é o que de fato precisa”, diz Carolina Pasquali, diretora executiva do Greenpeace Brasil.
Uma espécie de acerto de contas. Os países desenvolvidos, que cresceram queimando combustível fóssil, têm que dar um dinheiro agora para os que mais sofrem.
“Exato. E aí a gente pode pensar, é muito dinheiro. Mas aí eu devolvo a pergunta: quanto custa reconstruir o Rio Grande do Sul? Quanto custa reconstruir Valência, na Espanha, ou o que está acontecendo agora nas Filipinas, com a sequência de furacões que eles vêm enfrentando? Então, não é muito dinheiro quando a gente pensa no custo da inação”, afirma Carolina Pasquali.