Abatedouros clandestinos representam riscos à saúde pública e ao bem-estar animal, alerta Adapi
Os abatedouros clandestinos apresentam sérios riscos tanto para a saúde humana quanto para o bem-estar dos animais, conforme alerta a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí (Adapi). No início desta semana, um desses estabelecimentos foi interditado na Zona Leste de Teresina.
A recomendação do órgão é que os consumidores verifiquem se a carne adquirida provém de estabelecimentos devidamente autorizados pelas autoridades sanitárias.
“O principal objetivo é proteger a saúde da população. Muitas vezes, o preço da carne abatida de forma ilegal pode ser mais baixo, mas o consumo desse produto pode gerar riscos gravíssimos à saúde”, ressaltou Fábio Abreu, secretário da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (Sada).
No Piauí, a Adapi é responsável pelo registro e fiscalização dos estabelecimentos que comercializam produtos de origem animal, garantindo que as normas sanitárias e ambientais sejam cumpridas. Para operar de forma legal, qualquer estabelecimento que abata ou processe produtos de origem animal destinados ao consumo humano deve estar registrado em um serviço de inspeção municipal, estadual ou federal.
Segundo Gerlan Vieira, médico veterinário e gerente de inspeção da Adapi, os responsáveis por abatedouros clandestinos podem responder por crimes ambientais, maus-tratos aos animais e comercialização de alimentos sem inspeção, entre outras infrações.
O Ministério da Agricultura, por meio do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa), estabelece multas de até R$ 500 mil para empresas que comercializam alimentos sem inspeção. Já as penalidades ambientais podem chegar a R$ 50 milhões.
Para denúncias sobre abatedouros clandestinos no Piauí, a Adapi disponibiliza o telefone (86) 9 9462-1644.
Abatedouro clandestino interditado em Teresina
Na última segunda-feira (24), um abatedouro de ovinos, caprinos e suínos foi interditado na Zona Leste de Teresina. A ação foi realizada pela Sada, em parceria com a Adapi, o Ministério Público Estadual e as Polícias Militar e Civil.
De acordo com Gerlan Vieira, o estabelecimento apresentava graves irregularidades nas condições de armazenamento, processamento e higiene, favorecendo a contaminação dos produtos e a disseminação de doenças.
“Durante a fiscalização, constatamos que o local não possuía condições mínimas de funcionamento. A carne comercializada não passava por nenhum tipo de inspeção, colocando em risco a saúde do consumidor e o meio ambiente”, explicou Vieira.
Impacto no setor e na economia
Além dos riscos sanitários, o abate clandestino afeta produtores que seguem as normas legais, prejudicando a competitividade do setor. As autoridades destacam que a prática ilegal compromete a economia e penaliza aqueles que atuam conforme as regulamentações.
