A Copa América acumula cada vez mais casos de covid-19. O Ministério da Saúde do Brasil anunciou na noite desta segunda-feira que detectou até agora 41 casos de coronavírus entre jogadores, membros das delegações e funcionários que trabalham diretamente com a organização. Nesta terça-feira a cifra aumentou para 52, sendo 33 casos de jogadores 19 são de pessoas ligadas à organização do torneio. Até o momento foram descobertos casos de coronavírus nas delegações da Venezuela, Colômbia, Bolívia e Peru. Os casos foram confirmados nas cidades de Brasília e no Rio de Janeiro. Todos foram isolados em um hotel, segundo o comunicado. A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), porém, não se manifestou sobre os contágios.
As autoridades brasileiras não deram detalhes sobre os novos casos confirmados, mas, no sábado, 13 integrantes da delegação venezuelana, incluindo oito jogadores, testaram positivo no primeiro exame clínico obrigatório a que foram submetidos ao chegar ao Brasil. Um integrante da seleção venezuelana, após um segundo teste, deu negativo. Os infectados foram isolados em quartos individuais de um hotel em Brasília sob o controle médico das autoridades de saúde. No domingo, a seleção venezuelana, conhecida como Vinotinto, fez sua estreia contra o Brasil com a ausência de vários de seus melhores jogadores, como o capitão Tomás Rincón e o atacante Josef Martínez. A Canarinho venceu por 3×0.
Ainda no domingo, a Federação Boliviana de Futebol (FBF) confirmou que três jogadores e um integrante da comissão técnica testaram positivo para o vírus. Entre os jogadores estava Marcelo Moreno Martins, o atacante boliviano e artilheiro das eliminatórias para a Copa do Mundo. A seleção boliviana estreou na Copa nesta segunda-feira contra o Paraguai com uma derrota por 1×3. No entanto, os 24 jogadores escolhidos pelo venezuelano César Farías para enfrentar o Paraguai testaram negativo no exame de covid-19 requerido pela Conmebol.
Nesta segunda-feira foi confirmado outro caso na delegação do Peru registrado antes da viagem para o torneio. A seleção peruana faz seu primeiro jogo na quinta-feira contra o Brasil. A Conmebol só informou por meio de seu departamento de comunicação o surto de casos na seleção da Venezuela. Depois do que aconteceu na delegação venezuelana, a Conmebol alterou o regulamento da competição para permitir que as seleções nacionais substituíssem todos os jogadores de futebol necessários em caso de surto de covid-19.
Os organizadores da Copa América, o torneio de seleções mais importante do continente, buscaram proteger os jogadores com uma campanha de vacinação, graças a um acordo com a farmacêutica chinesa Sinovac. A imunização, porém, dependia de os dirigentes confirmarem os nomes escalados para a disputa, o que ocorreu apenas alguns dias antes da partida de abertura. A seleção colombiana foi vacinada em 10 de junho, antes de viajar para o Brasil. Apesar dos esforços da Conmebol, a vacinação não era obrigatória. “Se exigirmos a vacinação neste momento, eles não teriam imunidade de agora até o início da competição”, disse Marcelo Queiroga, ministro da Saúde do Brasil. Alguns jogadores de futebol já haviam sido vacinados, como Neymar e Ángel Di María.
Até o momento foram realizados 2.927 testes de PCR para o campeonato —em alguns casos, mais de um para a mesma pessoa—, dos quais 1,40% deu positivo, segundo o Ministério da Saúde. O Brasil, um dos países mais afetados pelo coronavírus, registra mais de 488 mil mortes por covid-19 e 17,4 milhões de casos acumulados desde o início da pandemia.