“A manipulação religiosa, protagonizada por políticos e religiosos, desvirtua os valores do Evangelho e tira o foco dos reais problemas que necessitam ser debatidos e enfrentados em nosso Brasil”, completa a carta.
Trata-se de uma das manifestações mais contundentes da CNBB nos últimos anos, divulgada às vésperas da eleições gerais de outubro, em que serão eleitos presidente, vice-presidente, senadores, governadores e deputados.
Elaborada na assembleia que marcou os 70 anos da entidade, a mensagem também faz críticas à flexibilização do acesso a armas – promovida pela gestão Jair Bolsonaro – e ressalta a preocupação da CNBB com a insegurança alimentar no país, que atinge mais de 60 milhões de brasileiros.
“Constatamos os alarmantes descuidos com a Terra, a violência latente, explícita e crescente, potencializada pela flexibilização da posse e porte de armas que ameaçam o convívio humano harmonioso e pacífico na sociedade”, diz o documento.
Os bispos também fazem, na carta, uma defesa da democracia e manifestam apoio às instituições responsáveis pelo processo eleitoral diante das “tentativas de ruptura da ordem institucional, veladas ou explícitas”, que tentam “colocar em xeque” a lisura das eleições.
Ainda sobre o período eleitoral, a CNBB demonstra preocupação com a violência no processo eleitoral e conclama “toda a sociedade brasileira a participar ativa e pacificamente das eleições”.
Em outro momento, a CNBB condena a corrupção no Brasil e defende a Lei da Ficha Limpa, que prevê que candidatos condenados em ações criminais — por decisão colegiada de um grupo de juízes ou por decisão sem mais direito a recurso (transitada em julgado) — fiquem inelegíveis “desde a condenação até o transcurso do prazo de oito anos após o cumprimento da pena”.
Fonte: g1globo.com