Ímãs de terras raras no centro da disputa entre EUA e China
Os ímãs fabricados a partir de elementos conhecidos como terras raras se tornaram um dos principais pontos de tensão no embate comercial entre Estados Unidos e China. Nesta segunda-feira (25), o presidente Donald Trump declarou que, caso Pequim não assegure o fornecimento desses materiais aos EUA, poderá aplicar uma tarifa de até 200% sobre produtos chineses.
A China é hoje a maior detentora das reservas globais de neodímio — metal fundamental na produção de ímãs de alta potência. Além disso, é o único país que controla toda a cadeia produtiva: da extração mineral à fabricação de peças utilizadas em tecnologias de ponta. Esses ímãs são indispensáveis em motores elétricos, baterias, turbinas e equipamentos eletrônicos, sendo essenciais também para a expansão dos carros elétricos no mundo.
O poder de barganha chinês
Nos últimos anos, o governo chinês já utilizou as exportações de neodímio como instrumento de pressão política e econômica. Em resposta a tarifas impostas por Washington, Pequim chegou a limitar a venda do insumo para os EUA, levantando preocupação entre montadoras norte-americanas que dependem dele para manter suas linhas de produção.
Em meio às tensões, Trump recuou em algumas medidas tarifárias, prorrogando suspensões por períodos de 90 dias — extensão que já ocorreu mais de uma vez.
Indústria chinesa em vantagem
Enquanto as empresas americanas ainda dependem de importações para suprir diferentes etapas da produção, a China investiu em integração industrial. Muitas montadoras produzem internamente desde as baterias até os motores, o que reduz custos e acelera a inovação.
O reflexo disso aparece nos preços: um carro elétrico pode ser adquirido na China por cerca de R$ 30 mil, enquanto no Brasil o modelo mais acessível custa em torno de R$ 75 mil, e nos EUA, mais de R$ 115 mil.
A gigante chinesa BYD, por exemplo, concentra esforços em pesquisa e desenvolvimento, registrando dezenas de patentes diariamente. Essa capacidade de inovação fortalece a posição do país no setor automotivo e tecnológico.
Expansão global e novos horizontes
Com restrições de entrada no mercado americano, a indústria chinesa tem direcionado seus veículos para outros países, incluindo o Brasil, considerado estratégico para sua atuação mundial.
Além disso, empresas do setor já investem em projetos de mobilidade aérea. A expectativa é que, até 2030, cerca de 100 mil carros voadores estejam em operação na China, realizando entregas e transportando passageiros, em um movimento apoiado diretamente pelo governo, que financia e regulamenta a iniciativa.
















