Jorge Rodríguez, aliado de Maduro, disse que a eleição foi confirmada por uma Corte superior, assim como ocorre no Brasil. Pleito venezuelano é questionado por observadores internacionais que atestam eleição brasileira. Tribunal Supremo venezuelano, ligado ao chavismo, ratificou nesta quinta (22) vitória de Maduro após suposta auditoria das atas.
Por g1
Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela — Foto: ANTV/Reprodução
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, usou o Brasil para defender a legitimidade da decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano de ratificar a reeleição do presidente Nicolás Maduro para um novo mandato.
Rodríguez, aliado de Maduro, disse que a eleição foi confirmada por uma Corte superior, assim como ocorre no Brasil. E aproveitou para chamar a atenção de Celso Amorim, assessor internacional do presidente Lula (PT); o Brasil não reconheceu o resultado da eleição venezuelana e cobra a publicação das atas eleitorais, o que não aconteceu até o momento.
“É importante dizer que a sentença do TSJ não é apenas na Venezuela onde está a jurisdição superior da sala eleitoral, mas também no Brasil –ouviu, senhor Celso Amorim?–, no México, nos Estados Unidos da América e no mundo inteiro. Há uma jurisdição superior”, disse Jorge Rodríguez.
Uma fala semelhante foi dita pela presidente do TSJ, Caryslia Rodriguez, ao anunciar a decisão. Com a sentença, a Suprema Corte, considerada um braço do chavismo no Judiciário, referendou, 25 dias depois da eleição, o resultado anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que declarou vitória de Maduro contra o candidato de oposição, Edmundo González. O CNE é o equivalente à Justiça eleitoral do país e também está sob o comando de um aliado de Maduro. (Leia mais abaixo)
O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela e o CNE foram apontados nesta quinta (22) como não independentes do governo Maduro e parciais por uma missão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
A fala do presidente da Assembleia faz referência à atuação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições brasileiras em 2022. Diferentemente do que acontece na Venezuela, a eleição no Brasil foi validada por observadores internacionais.
Um deles foi o Centro Carter, que também atuou na Venezuela. Lá, considerou que o pleito “não atendeu aos padrões internacionais de integridade e não pode ser considerada democrático”. Além disso, afirmou que a autoridade eleitoral “demonstrou claro viés” em favor do atual presidente Nicolás Maduro.
Também atestaram a legalidade das eleições brasileiras o Tribunal de Contas da União (TCU) e uma missão da (OEA) Organização dos Estados Americanos. A OEA também não reconhece o resultado divulgado pelo CNE e pede a publicação das atas.
A decisão do TSJ, a mais alta Corte do país, ocorreu após uma suposta auditoria das atas eleitorais da votação de 28 de julho. A oposição venezuelana disse que não reconheceria o resultado divulgado pelo TSJ e diz que González foi o vencedor da eleição com base em uma contagem paralela realizada com atas eleitorais —uma equipe de observadores da ONU que observou a eleição na Venezuela afirmou haver segurança no resultado divulgado pela oposição.