No Norte do Brasil, parte do estado que vai sediar a Conferência Mundial do Clima está coberto pela fumaça.
Por Jornal Nacional
Nuvem de fumaça cobre céu de Santarém — Foto: Imagem: Reprodução/ TV Globo
No Norte do Brasil, parte do estado que vai sediar a Conferência Mundial do Clima está coberto pela fumaça.
No horizonte cinzento, uma extensa nuvem ofusca o brilho do sol. A fuligem dos incêndios florestais encobre o céu e sufoca os moradores em Santarém, no oeste do Pará. Casos de problemas respiratórios lotam os postos de saúde.
“Não está sendo fácil para a gente estar inalando essa fumaça tão forte. Tem dias que a gente não enxerga nada para o outro lado do rio de tanta fumaça”, diz a dona de casa Ariane Almeida.
Imagens de satélite mostram o estado com fogo acima da média histórica e tomado por fumaça. O Pará concentra o maior número de incêndios este ano.
A prefeitura de Santarém decretou emergência por causa da baixa qualidade do ar. Esta semana, houve protesto na cidade. Indígenas, ribeirinhos, quilombolas, agricultores e representantes de ONGs cobraram providências contra as queimadas.
Especialistas alertam que, para combater o fogo, é preciso intensificar as ações contra o desmatamento ilegal na região. Um cenário desafiador para o estado que, em menos de um ano, vai receber em Belém aConferência Mundial do Clima, a COP 30.
“Boa parte desse incêndio, se a gente ver aí a declaração do Ibama da região de Santarém, é de origem criminosa, tem fundamentação também na grilagem de terras. A gente lamenta muito porque é um modelo de ocupação que acaba premiando aí quem vive de ilícitos. Mas deixa a conta e o estrago para todo mundo pagar”, fala Caetano Scannavino, da ONG Saúde e Alegria.
O governo do Pará mantém duas operações na região oeste para controlar os incêndios e enviou reforços para a região.
“Nós estamos saindo de 104 colaboradores dos bombeiros para 144, portanto, teremos um incremento para que isto possa reforçar, junto com 8 novos caminhões de combate a incêndio”, diz o governador do Pará, Helder Barbalho(MDB).
“É um problema muito sério, que tem que ter uma solução já, porque a população tá pedindo socorro”, diz a residente Márcia Colares.
O Ministério do Meio Ambiente afirmou que vai intensificar as ações de combate aos incêndios do Pará, onde hoje já atuam mais de 700 profissionais federais.