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Governo Milei estuda intensificar medidas de ajuste fiscal na Argentina

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Argentina avalia aprofundar ajuste fiscal, sinaliza ministro da Economia

O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, indicou nesta sexta-feira (20) que o governo estuda novas e mais severas medidas de ajuste fiscal. A declaração foi feita em resposta a uma reportagem da imprensa local que afirmava que o presidente Javier Milei havia orientado seu gabinete a adotar ações mais duras para garantir a meta de superávit fiscal de 1,6%.

Caputo confirmou a informação com um “É verdade” publicado na rede social X (antigo Twitter), mensagem que mais tarde foi compartilhada pelo próprio Milei.

🔎 Ajuste fiscal é o conjunto de medidas destinadas a equilibrar as contas públicas, como cortes de gastos, aumento de impostos e reformas na política fiscal, com o objetivo de reduzir o déficit ou gerar superávit.

A sinalização reforça o compromisso da gestão Milei com a austeridade fiscal e com o cumprimento do acordo firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O desempenho positivo recente da economia permitiu ao governo, em abril, negociar um novo empréstimo de US$ 20 bilhões com o fundo. A primeira parcela, de US$ 12 bilhões, foi liberada dias depois, evidenciando a confiança do FMI no plano econômico argentino. Esse novo valor se soma a uma dívida pré-existente com o fundo, que ultrapassa os US$ 40 bilhões.

Medidas de Milei e impacto na população

Desde que assumiu o cargo, em dezembro de 2023, Javier Milei adotou uma série de medidas de contenção de gastos públicos. Entre elas estão a paralisação de obras federais, corte de repasses aos estados e a retirada de subsídios em serviços como água, energia, transporte público e gás.

Essas ações resultaram em aumentos expressivos nos preços ao consumidor, ao mesmo tempo em que ajudaram a controlar a inflação e a atrair investimentos. No entanto, também provocaram protestos de diversos setores, incluindo servidores públicos e aposentados.

A pobreza, que atingiu 52,9% da população no primeiro semestre de 2024, recuou para 38,1% no segundo semestre — o que ainda representa 11,3 milhões de argentinos em situação de vulnerabilidade.

O que diz o artigo compartilhado por Caputo e Milei?

O texto do jornal El Cronista afirma que Milei orientou sua equipe ministerial a implementar novos cortes, mesmo com o país registrando superávits fiscais mensais. Os detalhes das novas medidas ainda não foram divulgados, mas devem ser repassados aos ministros nos próximos dias.

Dados oficiais mostram que, nos primeiros cinco meses de 2025, o superávit primário acumulado foi de 0,8% do PIB, enquanto o superávit financeiro chegou a 0,3%, favorecido por uma redução nos pagamentos de juros da dívida.