Início Municípios Mundo Hamas anuncia intenção de libertar refém americano como parte de negociações por...

Hamas anuncia intenção de libertar refém americano como parte de negociações por cessar-fogo em Gaza.

COMPARTILHAR

Hamas sinaliza libertação de refém americano como gesto por cessar-fogo; Netanyahu reforça continuidade da ofensiva em Gaza

Um alto representante do grupo Hamas informou neste domingo (11) à agência Reuters que Edan Alexander, refém com cidadania israelense e americana mantido em Gaza desde outubro de 2023, deverá ser libertado nos próximos dias. A medida faz parte de uma tentativa de avançar em um possível acordo de cessar-fogo com Israel e permitir a entrada de ajuda humanitária no território palestino sitiado.

Segundo o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, os Estados Unidos comunicaram a intenção de libertar Alexander sem exigência de contrapartidas. A ação, de acordo com autoridades israelenses, poderia abrir caminho para negociações envolvendo a libertação de outros reféns ainda mantidos pelo grupo.

Apesar do gesto, Netanyahu reforçou que Israel seguirá com sua operação militar em Gaza. “De acordo com a política de Israel, as negociações ocorrerão sob fogo, com o compromisso de alcançar todos os objetivos da guerra”, afirmou o governo israelense em nota oficial.

A libertação de Edan Alexander, de 21 anos, está prevista para ocorrer na terça-feira (13), pouco antes da chegada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Oriente Médio. Alexander foi capturado durante os ataques de 7 de outubro de 2023, enquanto servia em uma unidade militar de elite próxima à Faixa de Gaza. Ele é considerado o último refém americano ainda vivo em poder do Hamas.

Em abril deste ano, o Hamas havia afirmado ter perdido contato com o grupo responsável por manter Alexander em cativeiro após um bombardeio israelense. Desde os ataques de outubro, 251 pessoas foram sequestradas em Israel — 58 permanecem em Gaza, sendo 34 declaradas mortas pelo Exército de Israel.

O enviado especial dos EUA, Adam Boehler, considerou a decisão do Hamas um avanço significativo. “É um passo positivo. Também solicitamos a liberação dos corpos de outros quatro cidadãos americanos levados durante os ataques”, disse à Reuters. Boehler destacou ainda que a visita iminente do presidente Trump e os esforços diplomáticos do secretário de Estado Marco Rubio e do enviado especial Steve Witkoff ajudaram a impulsionar a iniciativa.

O chefe político do Hamas no exílio, Khalil al-Hayya, também se manifestou, confirmando que Catar, Egito e Turquia vêm mediando os esforços para facilitar a libertação de Alexander. “O movimento está pronto para iniciar negociações intensivas e trabalhar seriamente por um acordo que encerre a guerra e permita uma troca de prisioneiros mútua”, declarou.

Negociações ganham força com apoio internacional

Tanto o Egito quanto o Catar, que atuam como principais mediadores do conflito, classificaram o anúncio como um passo “encorajador” no caminho para a retomada das negociações por um cessar-fogo. Segundo fontes do Hamas, representantes do grupo e autoridades americanas se reuniram neste domingo em Doha, no Catar, em discussões diretas que já indicam “avanços” nas tratativas por uma trégua.

As conversas envolveram três pontos principais: cessar-fogo imediato, libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos e a ampliação do acesso à ajuda humanitária em Gaza. Segundo fontes do grupo, as negociações seguem em andamento.

Papa Leão XIV apela por trégua e libertação de reféns

Durante sua primeira oração dominical no Vaticano, o papa Leão XIV também se pronunciou sobre o conflito. Diante de uma multidão reunida na Praça São Pedro, o pontífice expressou pesar pela violência contínua na Faixa de Gaza e pediu um cessar-fogo imediato, além da libertação de todos os reféns.

“Estou profundamente triste com o que acontece na Faixa de Gaza”, declarou o papa. Ele mencionou um ataque ocorrido horas antes em Khan Yunis, que matou dez pessoas, incluindo quatro crianças. “Que haja cessar-fogo imediato, que se permita o envio de ajuda humanitária à população civil sofrida e que todos os reféns sejam libertos”, concluiu.