Os programas PAS e PAA, promovidos pelo governo, garantem remuneração aos pequenos produtores rurais pelos alimentos fornecidos a famílias em situação de vulnerabilidade.
A agricultura familiar no Piauí está se fortalecendo com novas oportunidades para os pequenos produtores, que agora cultivam com mais segurança, sabendo que sua colheita terá um destino garantido. Esse avanço é impulsionado pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e pelo Programa de Alimentação Saudável (PAS), que, em 2024, distribuíram mais de 2 mil toneladas de alimentos para a população.
“Esses programas sociais são essenciais para os agricultores familiares, pois asseguram a venda da produção a preços justos e previsíveis. Além disso, oferecem um mercado mais estável, reduzindo a dependência dos produtores em relação aos atravessadores e às oscilações do mercado”, destaca Leslly Raquel Costa dos Santos, agricultora familiar que cultiva feijão, milho e melancia na localidade Belo Horizonte, zona rural de Coivaras.
Leslly destina 10% de sua produção para o PAS e o PSS, enquanto o restante é comercializado com vendedores locais e na Nova Ceasa. Ela destaca que a segurança proporcionada por esses programas não apenas garante uma renda mensal mais estável para sua família, mas também facilita o acesso a crédito em instituições financeiras.
Os produtores organizados de Coivaras contam com um caminhão para o transporte dos alimentos, que também é utilizado para levar adubo, otimizando a logística da produção. Com esses incentivos, Leslly pretende continuar investindo na produção de alimentos de qualidade, mantendo a preocupação com a conservação do solo e o controle sustentável de pragas.
“Sou cliente do BNB e, em 2023, fui reconhecida como ‘Cliente de Sucesso na Categoria Empreendedorismo na Agricultura Familiar’. Grande parte das nossas conquistas vem dessa parceria e da confiança no banco. Com esse suporte, conseguimos adquirir um trator agrícola e investir em melhorias na nossa infraestrutura”, celebra.
A melancia é o carro-chefe da produção de Leslly, mas ela pretende tornar-se referência na produção de espigas de milho verde. A agricultora vem aprimorando seu modo de produção e adquirindo conhecimentos para garantir a qualidade do alimento e a sustentabilidade do meio em que vive. “Adoto técnicas como o manejo correto do solo, rotação de culturas e uso de adubos orgânicos associados aos adubos químicos, mas sempre atenta à legislação vigente e ao meio ambiente. Além disso, realizo o monitoramento constante das plantações, garantindo que os alimentos estejam livres de pragas e doenças. Nossa colheita é feita no tempo certo para preservar o sabor e os nutrientes, sempre com o compromisso de manter a qualidade, a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente”, explica.
O trabalho de Leslly e de milhares de agricultores familiares do Piauí é responsável pelo alívio da fome de famílias em situação de vulnerabilidade e têm contribuído sobremaneira para a melhora da qualidade nutricional do que é consumido por essas pessoas em todo o Estado.
“Meu principal objetivo é continuar produzindo alimentos de qualidade, contribuindo para a sociedade por meio da geração de emprego e renda e garantindo uma oferta constante de produtos seguros ao longo do ano. A longo prazo, desejo que nossa história inspire outras famílias a permanecerem no campo com dignidade e qualidade de vida”, finaliza.
“Os programas PAS e PAA são estratégias de compras institucionais que permitem viabilizar a geração de renda para os produtores rurais através do pagamento dos produtos com preços justos e compatíveis com os de mercado. Eles também permitem que as pessoas em situação de vulnerabilidade possam ter acesso a alimentos de qualidade, ricos do ponto de vista nutricional e livre de agrotóxicos”, afirma a secretária de Agricultura Familiar, Rejane Tavares.
No Piauí, essas duas iniciativas têm ajudado a reduzir a fome de famílias. Em 2023, o PAA comprou alimentos de 684 agricultores familiares no estado. Já o PAS beneficiou 59.249 famílias em situação de vulnerabilidade social.
