A garota de 16 anos começou a criar o mecanismo em maio de 2023 e, neste ano, foi 1º lugar na premiação nacional da Feira Mineira de Iniciação Científica (FEMIC), categoria Ciências da Saúde.
A estudante piauiense Camila Feitosa Cláudio, de 16 anos, desenvolveu um dispositivo inovador capaz de medir a radiação solar, com potencial para auxiliar na prevenção do câncer de pele. Sua criação, chamada “Sunsense”, está concorrendo a diversos prêmios nacionais e internacionais. O protótipo, que foi finalista da Feira das Nações Dante Alighieri (FENADANTE) 2024, garantiu vaga na maior feira de ciência do continente africano, a I-FEST² (International Festival of Engineering Science and Technology in Tunisia), que será realizada no próximo ano. Camila é a única representante do Nordeste a participar do evento.
Além disso, o Sunsense está na disputa de outras competições de grande relevância, como a Feira Virtual STEM BRASIL 2024, cujo resultado será anunciado em novembro, e a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), com resultados previstos para março de 2025. Camila também concorre ao Prêmio Carolina Bori, promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que neste ano destaca jovens cientistas do projeto “Meninas na Ciência”.
O dispositivo criado por Camila monitora os níveis de radiação ultravioleta (UV) e emite alertas personalizados com base no tipo de pele e no fator de proteção solar utilizado. O objetivo é promover a adoção de medidas preventivas para evitar danos à pele, como queimaduras e câncer de pele.
Camila foi recentemente recebida no HUB da Investe Piauí, onde conversou com Luciana Tsukada, gestora da Startup Piauí, e aceitou participar do Programa de Aceleração da Startup. Segundo Tsukada, o programa ajudará a validar o potencial de mercado do Sunsense e a orientar o desenvolvimento de versões mais avançadas do protótipo.
Em setembro, Camila apresentou seu projeto na FENADANTE, em São Paulo, onde conquistou o credenciamento para representar o Piauí na I-FEST². Iniciado em maio de 2023, o projeto já rendeu à estudante o primeiro lugar na Feira Mineira de Iniciação Científica (FEMIC) na categoria Ciências da Saúde. “Foi um grande desafio, mas é muito gratificante ver o esforço sendo reconhecido. Representar o Piauí e o Nordeste em um evento internacional é uma honra”, afirmou Camila, que está se preparando para a competição na Tunísia.
O Sunsense é um protótipo desenvolvido para monitorar a radiação solar com o objetivo de auxiliar na prevenção do câncer de pele. A estudante Camila Feitosa criou o dispositivo com sensores que medem os níveis de exposição solar, transmitindo essas informações por meio de luzes LED, telas e alertas sonoros. Dessa forma, os usuários recebem uma indicação imediata da intensidade da radiação solar à qual estão expostos.
Com o progresso das pesquisas, a jovem aperfeiçoou o protótipo, incorporando um sistema que calcula o tempo seguro de exposição ao sol, levando em consideração as características individuais de cada pessoa, como cor da pele, fator de proteção solar e o tempo de exposição. Além disso, o Sunsense é equipado com uma placa de internet Wi-Fi, que permite a transmissão dos dados digitalmente, analisando-os e fornecendo informações em tempo real. Atualmente, Camila está trabalhando no desenvolvimento de uma versão do dispositivo integrada a um relógio inteligente, permitindo que os usuários monitorem a radiação diretamente no pulso.
Em seu artigo apresentado na FENADANTE, Camila destacou os riscos associados à exposição solar, especialmente as queimaduras sofridas na infância, que aumentam o risco de melanoma mais tarde na vida. Ela também citou dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que apontam que quase um terço das mortes por câncer de pele não melanoma estão relacionadas ao trabalho ao sol, sendo a exposição sem proteção à radiação ultravioleta em atividades ao ar livre uma das principais causas de câncer de pele.
Camila explicou ainda que o Sunsense tem como função alertar o usuário quando a exposição solar torna-se prejudicial. “Embora muitas pessoas carreguem protetor solar, elas frequentemente se esquecem de usá-lo. O dispositivo emite alertas visuais e sonoros para informar quando a radiação solar atinge níveis prejudiciais. Isso serve como um lembrete para que as pessoas usem protetor ou saiam da exposição solar, pois pesquisas comprovam que muitas pessoas esquecem de aplicar o protetor e acabam sofrendo problemas de pele”, conclui a jovem.