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Ministro alerta para o crescimento ‘alarmante’ dos conflitos globais e destaca as ‘evidentes’ limitações da ONU.

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O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou nesta terça-feira (25) que o crescimento do número de conflitos armados ao redor do mundo é “alarmante”.

No entanto, ele ressaltou que as dificuldades da Organização das Nações Unidas (ONU) para resolver essa situação estão se tornando cada vez mais “evidentes”.

Mauro Vieira fez essas declarações ao abrir, em Brasília, um encontro com os negociadores dos países que compõem o Brics, grupo que será presidido pelo Brasil em 2025 e inclui nações como Índia, China, África do Sul, Egito e Irã.

Durante seu discurso, o ministro não mencionou diretamente nenhum conflito específico. No entanto, a Rússia, que liderou o Brics em 2024, está em guerra com a Ucrânia desde 2022, após a invasão do território ucraniano por determinação de Vladimir Putin.

Vieira destacou que a ordem internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial se baseava em duas promessas fundamentais: um sistema coletivo de segurança centrado na ONU e um modelo de prosperidade sustentado por um comércio multilateral baseado em regras. “Hoje, as limitações dessas promessas tornam-se cada vez mais evidentes”, afirmou.

Ele também apontou o agravamento de crises humanitárias, conflitos armados, deslocamentos forçados, insegurança alimentar e instabilidade política. “As necessidades humanitárias crescem, mas as respostas internacionais permanecem fragmentadas e, por vezes, insuficientes”, acrescentou.

A fala do ministro vai ao encontro das posições defendidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em fóruns internacionais. Lula tem criticado o fato de que membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, como Rússia e Estados Unidos, estão diretamente envolvidos em conflitos. Por isso, ele defende a ampliação do conselho, incluindo países como Brasil, Alemanha, Japão e África do Sul.

Críticas ao protecionismo

Ainda em seu discurso nesta terça-feira (25), Mauro Vieira criticou políticas protecionistas na economia e defendeu que os países do Brics devem “resistir”.

Sem mencionar casos específicos, suas declarações coincidem com as medidas adotadas pelo recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem anunciado novas tarifas sobre produtos de diversos países para proteger a indústria local.

“Políticas protecionistas, fragmentação comercial, barreiras não econômicas e a reconfiguração das cadeias de suprimentos ameaçam aprofundar as desigualdades globais. O Brics deve resistir a essa fragmentação e advogar por um sistema de comércio multilateral aberto, justo e equilibrado”, afirmou o ministro.