Um grupo de mulheres em situação de violência, atendidas pelo Centro de Referência Esperança Garcia (Creg), participou de uma sessão de cinema no Cinemas Teresina, onde assistiu ao filme “A Pequena Sereia live-action” (2023). A atividade fez parte das ações desenvolvidas pelo serviço da Prefeitura Municipal de Teresina, que age para dar acolhimento social, psicológico e jurídico às mulheres que sofrem ou sofreram violência de gênero na capital.
Segundo a secretária da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SMPM), a escolha do filme e atividades como essas são essenciais para que se fortaleça a união, a parceria e a autoestima das mulheres. “São mulheres que chegam ao serviço muito fragilizadas, e aqui dentro, com nossas ações, elas são capazes de superar seus traumas deixados pela violência e redescobrir o seu auto-amor”, complementa a gestora.
O momento foi oferecido pela empresária Cláudia Claudino, que cedeu gratuitamente os ingressos para que as mulheres pudessem prestigiar a sessão. “O filme “A Pequena Sereia live-action” nos lembra do poder transformador que todas as mulheres possuem. Assim como Ariel, as mulheres têm o direito de explorar, sonhar e encontrar sua voz única, desafiando as expectativas e buscando seu lugar no mundo”, destaca Karla. “São importantes apoios e parcerias como essas que buscamos articular e desenvolver para garantir um leque cada vez mais amplo de possibilidades às nossas mulheres atendidas pelo serviço de referência municipal”.
Ações do CREG são direcionadas a romper o ciclo de violência, não de denúncia
Uma das informações que o CRE busca difundir é sobre o ciclo da violência doméstica, um padrão de comportamento dos agressores que se repete constantemente e dificulta a saída das vítimas da relação abusiva. De acordo com a secretária Karla Berger, esse fenômeno acontece em três fases e a cada novo recomeço pode ser mais intenso e agressivo.
“No começo há a construção das tensões, quando o agressor mostra-se tenso e irritado por motivos banais, faz ameaças, humilhações e ofensas verbais à vítima”, explica Karla. “Depois, há a explosão da violência, quando o agressor perde o controle e parte para a agressão física, sexual, psicológica, moral ou patrimonial contra a mulher”, detalha a secretária. “E por fim, há o arrependimento e comportamento carinhoso: o agressor pede perdão, promete mudar, demonstra afeto e atenção à vítima. A mulher se sente aliviada, esperançosa e responsável pelo bem-estar do agressor”, finaliza.
No entanto, Karla alerta que esse ciclo se repete cada vez mais rápido e com maior intensidade, gerando um círculo vicioso que aprisiona a mulher na relação abusiva. Por isso, é importante que as mulheres reconheçam os sinais de violência e busquem ajuda para romper esse ciclo.
O espaço é seguro, sigiloso e gratuito. “O CREG não é um abrigo, mas sim uma instituição de dar apoio, conselho, do cuidado de recepcionar. Esse acolhimento está numa perspectiva de uma proteção”, pontua a coordenadora do espaço, Roberta Mara, acrescentando que o centro não é um local de denúncia, mas sim de atendimento. “Se fizermos um estudo com as mulheres que estão em atendimento no CREG, não é a violência física que primeiro elas sofrem, mas a violência psicológica”, observa.
O que o CREG oferece?
O CREG é um dos serviços da Prefeitura de Teresina, através da Secretaria da Mulher, que busca acolher e resgatar a autoestima de mulheres em situação de violência domiciliar, psicológica, sexual ou de gênero. Além disso, o Centro presta atendimento jurídico, social e psicológico e oferta Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS). O serviço é gratuito e sigiloso.
Outro diferencial é que o serviço agrega autonomia financeira e produtiva para as mulheres oferecendo cursos de capacitação profissional, que podem ser acessados pelas mulheres durante o seu acompanhamento.
Onde encontrar o CREG?
O CREG está localizado na Rua Benjamin Constant, 2170 – Centro Norte e funciona de Segunda a Sexta, das 08:00 às 17:00h ou através dos telefones: (86) 3233-3798 / 99416-9451, que também é WhatsApp.
Como funciona o acesso ao serviço?
O Centro atende mulheres de 18 a 59 anos em situação de violência doméstica, familiar e de gênero com uma equipe multiprofissional. As mulheres podem ser encaminhadas pela rede de enfrentamento a violência contra a mulher ou acessar diretamente o serviço.
O equipamento é seguro, sigiloso e gratuito. “O CREG não é um abrigo, mas sim uma instituição de dar apoio, conselho, do cuidado de recepcionar. Esse acolhimento está numa perspectiva de uma proteção”, pontua a coordenadora do espaço, Roberta Mara, acrescentando que o centro não é um local de denúncia, mas sim de atendimento. “Se fizermos um estudo com as mulheres que estão em atendimento no CREG, não é a violência física que primeiro elas sofrem, mas a violência psicológica”, observa.
Acompanhamento da Guarda Maria da Penha
As mulheres acompanhadas pelo CREG que possuem medida protetiva são acompanhadas pela Guarda Maria da Penha, na qual presta a proteção das mesmas. Em alguns casos, há também o monitoramento do agressor para evitar que a violência volte a acontecer.
Ela reforçou a importância das pessoas poderem ajudar as mulheres em situação de violência e não julgá-las. “As pessoas têm que sensibilizar as mulheres a buscarem os serviços de apoio. Ela tem que ser encorajada e sensibilizada para denunciar”, destaca Roberta.