O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou nesta segunda-feira (23) que “algum progresso” foi alcançado nas negociações para estabelecer um novo cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Durante um discurso no Parlamento, sob provocações de opositores, Netanyahu destacou as “grandes conquistas” militares obtidas por Israel em diversas frentes e afirmou que a pressão militar sobre o Hamas levou o grupo a moderar suas exigências para a libertação dos reféns mantidos em Gaza.
“Estamos avançando. Não sei quanto tempo ainda levará, mas continuaremos atuando sem trégua até que todos os reféns sejam trazidos de volta para casa”, disse Netanyahu, mencionando também o apoio estratégico dos “amigos americanos” nesse processo.
Fontes israelenses e palestinas ouvidas pela agência Reuters confirmaram que as divergências entre as partes foram reduzidas, embora algumas questões-chave permaneçam sem solução. Entre os desafios pendentes estão a definição de quais prisioneiros palestinos serão libertados por Israel e a exata redistribuição das forças israelenses em Gaza.
Paralelamente, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, reconheceu pela primeira vez o assassinato do ex-líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em julho. Esse episódio foi apontado como um dos fatores que agravaram a tensão entre Israel e o Irã.
A nova tentativa de cessar-fogo tem o apoio de mediadores como Egito, Catar e Estados Unidos. No entanto, a duração do possível acordo continua sendo um ponto crítico. Enquanto o Hamas defende o fim imediato da guerra, Israel mantém a posição de que o cessar-fogo deve estar atrelado ao desmantelamento do governo do Hamas em Gaza.
No dia 11 deste mês, a Assembleia Geral da ONU aprovou, por ampla maioria, uma resolução simbólica exigindo um cessar-fogo imediato e incondicional em Gaza, além da libertação de todos os reféns. Apesar disso, tanto Israel quanto os Estados Unidos rejeitaram a resolução, que contou com 158 votos a favor, nove contra e 13 abstenções.