Início Brasil PF apura possível vazamento em operação contra esquema bilionário do PCC

PF apura possível vazamento em operação contra esquema bilionário do PCC

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A Polícia Federal desconfia que tenha ocorrido vazamento de informações sobre a megaoperação deflagrada na manhã desta quinta-feira (28), voltada a desarticular um esquema bilionário de fraudes no setor de combustíveis. As investigações apontaram que o PCC usava instituições financeiras para lavar dinheiro, disfarçar transações e ocultar patrimônio.

De acordo com apuração da TV Globo, delegados federais manifestaram preocupação com o número de mandados de prisão preventiva não cumpridos. Dos 14 expedidos, apenas 6 foram efetivados, e alguns dos principais investigados conseguiram escapar.

“É muito incomum em nossas operações esse tipo de situação. Normalmente um ou outro alvo consegue fugir, mas não a maioria, como agora. Precisamos entender o motivo: se houve vazamento de informações e de onde partiu”, declarou um investigador.

Mesmo diante das dificuldades, os agentes envolvidos afirmaram que não desistirão de cumprir os mandados restantes. “É uma questão de honra”, disse um deles. A PF avalia que o material apreendido na operação é volumoso e deve revelar novos grupos ligados a esquemas milionários de adulteração de combustíveis e sonegação de impostos.

🚔 Durante a ação, viaturas da PF e da Receita Federal foram vistas na região da Faria Lima, em São Paulo.

Monitoramento de fintechs

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que o crime organizado terá de encontrar outras formas de esconder e multiplicar seus recursos ilícitos. Segundo ele, fintechs e fundos de investimento usados como instrumentos de lavagem de dinheiro passarão a ser alvo de fiscalização intensiva.

“Vamos utilizar a Inteligência Artificial já disponível para rastrear entradas e saídas, identificar quem movimenta as contas e para onde o dinheiro é direcionado. Quem estiver operando de forma irregular será descoberto”, afirmou Haddad.

Ele destacou ainda que o monitoramento sobre essas empresas será tão rígido quanto o aplicado aos bancos tradicionais. “Movimentações suspeitas, sem origem ou destino claros, serão detectadas pela tecnologia. Seguiremos o rastro do dinheiro criminoso”, completou o ministro.