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População enfrenta desafios após contaminação da água por urânio na região da única mina ativa do país.

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Na edição deste domingo (9), o programa visitou Caetité, na Bahia, onde está localizada a única mina de urânio em operação no Brasil. No local, agricultores enfrentam diversas dificuldades.

“A gente fazia farinha, mas até para vender era complicado. Quando as pessoas sabiam que era da Gamileira, ninguém queria comprar. Diziam que tinha urânio. Às vezes, recebíamos visitas em casa, e nem água queriam beber, com medo”, conta Luziene, que teve a água de sua propriedade contaminada.

O receio estava ligado ao urânio encontrado na água do poço perfurado pela INB, como parte de um acordo para a exploração da terra. Após três anos, o poço foi lacrado, pois os níveis de urânio registrados eram 30 vezes superiores ao limite seguro para a saúde humana.

“Usávamos essa água para os animais e para irrigar as plantas”, relata a agricultora.

Um estudo da Fiocruz, realizado em 2012, apontou uma alta incidência de tipos de câncer geralmente associados à exposição à radioatividade em Caetité e região. No entanto, ainda faltam pesquisas de longo prazo para acompanhar a saúde da população e estabelecer a relação entre a contaminação e as doenças.

A mina interrompeu suas atividades em 2024, quando a equipe do programa esteve na cidade. O contrato com a empresa responsável pela extração foi cancelado, e o pátio onde o minério já extraído é armazenado continua cheio. No local, o vento levanta poeira radioativa.

Conforme determinam as normas ambientais, toda a água da chuva que entra em contato com o material deve ser captada e armazenada de forma segura. No entanto, o pátio foi interditado pelo Ibama por não contar com um sistema adequado de drenagem, o que pode permitir o espalhamento da contaminação.