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Saiba como será o funcionamento do consignado para trabalhadores do setor privado.

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Governo lança crédito consignado para trabalhadores do setor privado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira (12) uma medida provisória (MP) que cria uma nova linha de crédito consignado para trabalhadores com carteira assinada no setor privado. O programa, chamado “Crédito do Trabalhador”, também contemplará empregados rurais, domésticos e trabalhadores de MEI (microempreendedor individual).

A iniciativa tem como objetivo reduzir os custos do crédito e impulsionar a economia. Com a novidade, os trabalhadores poderão contratar empréstimos utilizando até 10% do saldo do FGTS como garantia, além de 100% da multa rescisória de 40% em casos de demissão sem justa causa.

Com o FGTS como garantia, o governo estima uma redução de cerca de 40% nas taxas de juros dos consignados para o setor privado. Em dezembro de 2023, a taxa média de juros dessa modalidade era de 2,89% ao mês.

Quem será beneficiado?

De acordo com o Ministério do Trabalho, a nova linha de crédito estará disponível para:

• Trabalhadores com carteira assinada no setor privado;

• Empregados domésticos;

• Trabalhadores rurais;

• MEIs que tenham vínculo empregatício.

Redução dos juros

Com a nova regra, espera-se que a taxa de juros do consignado caia em média 40%, tornando o crédito mais acessível. Atualmente, a taxa de juros para o setor privado gira em torno de 2,89% ao mês, enquanto servidores públicos pagam 1,8%, e aposentados do INSS, 1,66%.

O governo estima que a mudança aumentará o volume de crédito disponível para trabalhadores do setor privado de R$ 40 bilhões para R$ 120 bilhões.

A MP já está em vigor?

Sim, a medida tem efeito imediato após sua publicação no Diário Oficial da União (DOU). No entanto, para continuar valendo, precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias.

O governo ainda precisa regulamentar o uso do FGTS como garantia e lançar uma plataforma digital para facilitar a concessão do crédito. A expectativa é que o sistema esteja operacional a partir de 21 de março.

Como contratar o novo consignado?

• Plataforma digital: Trabalhadores poderão acessar um sistema online para comparar taxas e condições de empréstimos.

• Disponibilidade: O serviço entrará em operação nos bancos a partir de 21 de março.

• Migração: Quem já possui um consignado ativo poderá migrar para a nova linha a partir de 25 de abril.

• Portabilidade: Será possível transferir o empréstimo para outro banco a partir de 6 de junho.

Quem utilizou o Saque-Aniversário do FGTS pode aderir?

Sim. Segundo o Ministério do Trabalho, trabalhadores que anteciparam o Saque-Aniversário ainda poderão contratar o novo consignado.

O que acontece se o trabalhador mudar de emprego?

Caso o trabalhador seja contratado por outra empresa, o novo empregador será responsável por continuar descontando as parcelas do consignado na folha de pagamento.

Funcionamento do novo crédito consignado

• Solicitação via Carteira de Trabalho Digital: O trabalhador poderá pedir propostas de empréstimo diretamente pelo aplicativo.

• Comparação de ofertas: Os bancos terão até 24 horas para apresentar condições e taxas de juros.

• Comprometimento da renda: O limite máximo de desconto será de 35% do salário bruto, incluindo benefícios e comissões.

• FGTS como garantia: Será possível utilizar até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória em caso de demissão sem justa causa.

O que acontece em caso de demissão?

Se o trabalhador for demitido sem justa causa, ele poderá utilizar o saldo do FGTS e a multa rescisória para quitar a dívida. Caso o valor não seja suficiente, o pagamento será pausado até que o trabalhador consiga um novo emprego. Também será possível renegociar a dívida diretamente com o banco.

Desconto automático

O empregador será responsável por descontar as parcelas diretamente do salário do trabalhador e repassá-las à Caixa Econômica Federal, que fará o pagamento aos bancos credores.

O novo consignado pode representar uma alternativa mais acessível de crédito para milhões de trabalhadores, mas especialistas alertam para o risco de aumento do endividamento.