Trump sugere rompimento do cessar-fogo se Hamas não libertar reféns até sábado
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu que Israel suspenda o cessar-fogo com o Hamas caso o grupo não liberte mais reféns até sábado (15). O republicano declarou que, se isso não ocorrer, permitirá que o “inferno se instaure”.
Nesta segunda-feira (10), o Hamas anunciou que a libertação de reféns prevista para sábado será adiada, justificando que Israel descumpriu os termos do cessar-fogo, que já dura três semanas. O grupo também acusou Israel de dificultar a entrada de ajuda humanitária em Gaza, atrasar o retorno de deslocados ao norte do território e continuar com ataques aéreos. Diante disso, o Hamas exigiu compensações antes de prosseguir com o acordo.
Trump afirmou que Israel não precisa respeitar o cessar-fogo caso os reféns não sejam soltos até o meio-dia de sábado, no horário local. “Deixe o inferno se instaurar”, disse o presidente enquanto assinava ordens executivas na Casa Branca. Ele também declarou que pretende discutir o prazo com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
Antes de assumir o cargo, Trump já havia prometido uma resposta severa caso os reféns não fossem libertados de imediato. Um enviado de seu governo participou das negociações que levaram à implementação do cessar-fogo, um dia antes de sua posse.
Crise no acordo e reforço militar
O tratado de cessar-fogo foi dividido em três fases. Na primeira etapa, o Hamas se comprometeu a soltar 33 reféns gradualmente, enquanto Israel retirou tropas de Gaza e libertou prisioneiros palestinos. Até esta segunda-feira, 16 reféns já haviam sido liberados.
Após o anúncio do Hamas sobre o atraso na libertação dos reféns, as Forças de Defesa de Israel informaram que reforçarão sua presença na região. O governo israelense classificou o adiamento como uma violação do acordo e colocou seus militares em estado de alerta para garantir a segurança das comunidades próximas à fronteira.
Mediadores internacionais temem que o cessar-fogo possa ser rompido, e as negociações para as próximas etapas do tratado foram adiadas.
A tensão entre Israel e Hamas se intensificou ainda mais após declarações de Trump sugerindo a remoção permanente dos palestinos da Faixa de Gaza.
O conflito começou em outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque contra Israel, matando mais de 1,2 mil pessoas. Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva contra a Faixa de Gaza, resultando em mais de 40 mil mortes.
