Ao ser questionado por um jornalista sobre a possibilidade de evitar um conflito mais amplo na região, o presidente dos EUA: ‘Deve ser evitada. Realmente deve ser evitada’.
Por g1
Joe Biden durante discurso na 79ª Assembleia da ONU, no dia 24 de setembro de 2024. — Foto: Andrew Cabellero Reynolds/AFP
Uma guerra total no Oriente Médio “deve ser evitada”, afirmou neste domingo (29) o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em meio a novos ataques do exército israelense que deixaram mais de 50 mortos no Líbano e atingiram alvos em Gaza e em locais mais distantes, como o Iêmen.
Ao ser questionado por um jornalista sobre a possibilidade de evitar um conflito mais amplo na região, Biden respondeu: “Deve ser evitada. Realmente deve ser evitada”.
O grupo militante Hezbollah sofreu uma série de golpes em sua estrutura de comando, incluindo a morte de seu líder geral, Hassan Nasrallah.
A Casa Branca vê a morte de Nasrallah como um grande golpe para o grupo. Ao mesmo tempo, o governo tem procurado agir com cuidado ao tentar conter a guerra de Israel com o Hamas, que, como o Hezbollah, é apoiado pelo Irã, de explodir em um conflito regional total.
Biden afirmou ainda que falaria com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, mas não disse quando isso deve acontecer.
Novos bombardeios no Líbano
Neste domingo (29), bombardeios israelenses deixaram mais de 50 mortos em cidades libanesas.
Os ataques direcionados ao Líbano foram intensificados por Israel nas últimas semanas, com o objetivo de eliminar membros do alto escalão do grupo extremista Hezbollah.
Em meio aos contínuos ataques israelenses, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, afirmou neste domingo que não deveria ser permitido que Israel atacasse os países do “Eixo de Resistência“, alinhados ao Irã.
Além dos ataques feitos ao Líbano, Israel também bombardeou alvos Houthis no Iêmen, expandindo seu confronto com os aliados do Irã na região após matar o líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah. Os houthis são rebeldes aliados do Hamas.
“Os combatentes libaneses não devem ser deixados sozinhos nesta batalha para que o regime sionista [Israel] não ataque os países do Eixo da Resistência um após o outro”, disse Pezeshkian.
“Não podemos aceitar tais ações e elas não ficarão sem resposta. Uma reação decisiva é necessária”, completou o presidente iraniano.
Repúdio do Papa
Também neste domingo, o Papa Francisco criticou os ataques aéreos israelenses no Líbano. Segundo o pontífice, os ataques militares na região vão “além da moralidade”.
No voo de volta para Roma da Bélgica, onde se encontrou com representantes da comunidade católica, Franciso disse que os países não podem “exagerar” no uso de suas forças militares.
“Mesmo na guerra, há uma moralidade a salvaguardar”, disse ele. “A guerra é imoral. Mas as regras da guerra dão a ela alguma moralidade.”
Respondendo a uma pergunta durante uma coletiva de imprensa a bordo sobre os últimos ataques de Israel, o papa de 87 anos disse: “A defesa deve ser sempre proporcional ao ataque. Quando há algo desproporcional, você vê uma tendência de dominar que vai além da moralidade.”
Israel e Hezbollah elevam tom sobre guerra total