
Venezuela condena apreensão de aeronave presidencial por parte dos EUA
O governo da Venezuela criticou duramente, nesta sexta-feira (7), a apreensão de uma aeronave presidencial venezuelana pelos Estados Unidos, a segunda desde setembro do ano passado. Em um comunicado oficial, a administração de Nicolás Maduro classificou a ação como um “roubo descarado” e afirmou que a medida é ilegal.
A operação foi conduzida pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, na quinta-feira, durante uma visita à República Dominicana. A aeronave, um Dassault Falcon 200, era utilizada por Maduro e membros do governo venezuelano em viagens internacionais.
A Venezuela reagiu de forma contundente, chamando Rubio de “mercenário do ódio” e “ladrão de aviões”. “A República Bolivariana da Venezuela denuncia ao mundo o confisco ilegal de uma aeronave pertencente ao nosso país, ordenado por Marco Rubio. Essa ação demonstra que ele é um criminoso disfarçado de político, que utiliza sua posição para saquear bens venezuelanos”, declarou o governo.

Apreensão e contexto político
O avião estava em um aeroporto de Santo Domingo para manutenção quando foi confiscado. Autoridades norte-americanas alegam que a apreensão foi realizada devido a violações de sanções impostas contra a Venezuela, além de envolvimento com controles de exportação e lavagem de dinheiro.
A situação ocorre em um momento de incerteza sobre a postura do governo de Donald Trump em relação à Venezuela. Na semana passada, um enviado dos EUA se encontrou com Maduro em Caracas para discutir questões como imigração e a repatriação de venezuelanos detidos sem documentação. Durante a reunião, seis cidadãos americanos presos na Venezuela foram liberados e retornaram aos Estados Unidos.
Primeira apreensão ocorreu em 2024
Essa não é a primeira vez que os Estados Unidos confiscam uma aeronave venezuelana. Em setembro de 2024, um Dassault Falcon 900 EX, também do governo Maduro, foi apreendido na República Dominicana. Na ocasião, o Departamento de Justiça dos EUA afirmou que a retenção do jato ocorreu devido a sanções contra a Venezuela e à suspeita de que o avião havia sido adquirido ilegalmente por meio de uma empresa de fachada.
A apreensão anterior aconteceu em meio a uma polêmica eleitoral na Venezuela. O governo Maduro se declarou vencedor nas eleições presidenciais, mas não divulgou as atas eleitorais que comprovariam o resultado. Na época, Caracas classificou a apreensão do avião como um ato de “pirataria”.
Agora, diante da nova ação dos EUA, a Venezuela promete tomar medidas para reverter a apreensão e exige a devolução da aeronave. Além disso, o governo venezuelano criticou a República Dominicana, chamando-a de “submissa” aos interesses de Washington.