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Venezuela libera mais de 300 presos por protestos pós-eleitorais; 2,4 mil foram detidos

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Governo venezuelano anuncia libertação de mais de 300 detidos durante protestos contra reeleição de Maduro

Mais de 300 pessoas detidas em manifestações contra a controversa reeleição do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foram liberadas, informou o governo nesta quinta-feira (12). A medida ocorre a menos de um mês da posse de Maduro para um novo mandato.

Os libertados fazem parte dos mais de 2.400 indivíduos presos após a proclamação da vitória de Maduro para um terceiro mandato de seis anos. Os protestos que seguiram ao anúncio resultaram em 28 mortos e quase 200 feridos.

“Nas últimas 72 horas (10, 11 e 12 de dezembro), ocorreram 103 solturas, somando-se às 225 medidas cautelares concedidas em 26 de novembro”, declarou a vice-presidência de Segurança, liderada pelo ministro do Interior, Diosdado Cabello.

Acusações e repressão

Segundo a ONG Fórum Penal, que atua na defesa de presos políticos, 190 pessoas já foram soltas, incluindo 25 menores de idade. Os detidos foram acusados de “terrorismo” e muitos levados a presídios de segurança máxima, em alguns casos sem ordem judicial.

O governo criou canais de denúncia na chamada “Operação Tun Tun”, em alusão ao som de batidas na porta quando oficiais chegam para realizar prisões. Maduro responsabiliza a oposição, que chama de “setores fascistas e extremistas”, por incitar os protestos e “perturbar a paz da Venezuela”.

Resultados eleitorais sob disputa

A oposição, liderada por María Corina Machado, alega que o candidato Edmundo González Urrutia, atualmente exilado, venceu Maduro com 70% dos votos. Para respaldar a acusação, publicou cópias de mais de 80% das atas de votação.

Entretanto, o Conselho Nacional Eleitoral, que enfrenta acusações de alinhamento com Maduro, declarou a vitória do presidente com 52% dos votos, sem apresentar a apuração detalhada, conforme exige a lei.

Posse e promessas de Maduro

A posse de Nicolás Maduro para o mandato de 2025-2031 está marcada para 10 de janeiro. Ele convocou apoiadores para tomarem as ruas em um ato de apoio à sua reeleição.

“Os anos por vir serão anos de paz”, afirmou Maduro em um evento recente.

Enquanto isso, González Urrutia prometeu retornar da Espanha para assumir o cargo que diz ter conquistado. “Meu objetivo é tomar posse e formar um governo legítimo”, afirmou em entrevista ao El País.