O projeto Pintura Solidária vai colorir 150 casas do bairro durante cinco finais de semana para devolver a esperança e o colorido a locais que foram cobertos pela lama e estimular a recuperação dessas comunidades.
Por Jornal Nacional
Voluntários recuperam as casas que ficaram submersas na enchente histórica do RS
Em Porto Alegre, um mutirão recuperou a pintura de dezenas de casas que ficaram submersas na enchente histórica de maio.
A cada pincelada, uma casa ganha um novo significado.
“Aos meus 62 anos eu vou ter uma casa pintada, bonita, linda de novo. Começar a vida de novo, feliz, muito feliz”, comemora a dona de casa Sofia José Qlatt.
A Sofia mora com a família no bairro Humaitá, em Porto Alegre, um dos mais atingidos pela enchente de maio. Por lá, a água chegou a quase dois metros de altura. Neste fim de semana, a casa ficou cheia de voluntários, que participam de um projeto que vai dar cor a locais que foram afetadas.
Já que as marcas da enchente não saem da memória de quem viveu essa tragédia, a pintura das casas é uma forma de apagar as manchas que ainda são visíveis nas paredes. É devolver a esperança e o colorido a locais que foram cobertos pela lama e estimular a recuperação dessas comunidades.

O Pintura Solidária vai colorir 150 casas do bairro durante cinco finais de semana. A ideia veio da ONG Mistura Aí. O projeto ganhou apoio de diferentes frentes.
“Eu acho que agora é onde a gente percebe também a necessidade de seguir olhando para nossa população, para a sociedade gaúcha, e podendo mitigar também os impactos, que esse desastre teve aqui na nossa região. Poder trazer um pouco mais também de conforto para essas famílias”, acredita a psicóloga e voluntária Bruna Marcelino.
“Essa recuperação da comunidade, da autoestima – não só do psicológico, que é bem difícil -, mas trazer essa autoestima e levar para a comunidade trazendo essa oportunidade de trazer essa pintura, né?”, afirma Jorge Fabiano Nunes da Cunha, administrativo financeiro da ONG.
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Voluntários pintam casas de Porto Alegre que ficaram debaixo d’água na enchente histórica do RS — Foto: Reprodução/TV Globo
E de trazer um motivo de felicidade a casas como a da aposentada Loraci Ferreira, que foi devastada pela enchente.
“Daqui para frente um novo horizonte, vamos para frente, temos que seguir”, diz ela.
Aos 70 anos, depois de ver a água levar tudo o que tinha, o aposentado Valdir Qlatt ganha agora uma nova perspectiva de vida:
“Quando a gente vai sentar, almoçar, olha em volta tudo bonito. Aí dá uma clareada na mente um pouco. É um dia feliz, muito feliz de verdade”.
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Voluntários pintam casas de Porto Alegre que ficaram debaixo d’água na enchente histórica do RS — Foto: Reprodução/TV Globo