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Garimpeiros continuam na Terra Indígena Yanomami dois anos após o reconhecimento da crise na região.

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Dois anos depois de crise humanitária, governo ainda luta contra garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami 

Dois anos após reconhecer a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami, o governo federal continua enfrentando o garimpo ilegal na região, contando com o apoio de grupos voluntários.

O grupo de fiscalização indígena Jaguar instalou uma base estratégica no rio Uraricoera, uma das principais vias utilizadas por garimpeiros. Para dificultar o tráfego, foi colocado um cabo de aço no rio.

“Estamos aqui trabalhando porque os garimpeiros continuam passando, trazendo cargas, maquinários, mercúrio, diesel e querosene. Na volta, levam cassiterita, ouro…”, relatou um dos integrantes do grupo, que preferiu não se identificar.

Em maio de 2021, a Aldeia Palimiú, onde o grupo atua, foi alvo de um ataque de garimpeiros armados. Apesar dos tiros contra mulheres e crianças, ninguém ficou ferido.

De acordo com o governo federal, desde novembro do ano passado, não foram registrados novos alertas de garimpos na reserva, mas as forças de segurança seguem trabalhando para retirar garimpeiros que ainda permanecem na área.

“Quando destruímos uma pista de pouso ilegal, isso dificulta bastante o transporte de aeronaves com materiais ilícitos”, explicou o general Plácido, subcomandante da operação Catrimani II. “A destruição dessas pistas, combinada com ações noturnas, tem sido essencial para enfraquecer a atividade ilegal”, complementou Nilton Tubino, diretor-geral da Casa de Governo.

Mesmo com o avanço das operações, as marcas deixadas pela extração ilegal ainda são visíveis do alto. A atividade provocou um agravamento nas condições de saúde dos Yanomami, levando o governo federal a decretar emergência sanitária em janeiro de 2023.

Com a redução significativa do garimpo, os rios da região estão começando a recuperar sua coloração natural, antes prejudicada pela extração de minérios. No entanto, será necessário investigar por quanto tempo os resíduos de mercúrio ainda permanecerão nos rios e nos peixes, além de avaliar o impacto duradouro na recuperação do ecossistema.