
Trump anuncia tarifa de 100% sobre chips importados; Apple reforça produção nos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (6) a imposição de uma tarifa de cerca de 100% sobre a importação de chips semicondutores. A medida faz parte de um esforço para incentivar a produção nacional de tecnologia.
Trump afirmou que a sobretaxa não será aplicada a empresas que já produzem ou estão em processo de instalação de fábricas nos EUA. “Se você se comprometeu a construir [nos EUA] ou está construindo, como muitos estão, não há tarifa”, declarou. No entanto, ele não especificou quando a nova tarifa começará a valer nem qual será o critério exato para que empresas escapem da taxa.
O anúncio ocorreu durante um evento em que a Apple revelou a expansão de seus investimentos nos Estados Unidos, incluindo a produção de chips. A empresa afirmou que está liderando a criação de uma cadeia de fornecimento de silício completa dentro do país. Só em 2025, a expectativa é produzir mais de 19 milhões de chips para seus produtos. Parte desse esforço inclui uma fábrica no Arizona da gigante taiwanesa TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company), responsável por fabricar dezenas de milhões de chips para a Apple.
Por que isso importa?
Chips são essenciais para o funcionamento de diversos dispositivos — como celulares, eletrodomésticos, carros, aviões, cartões bancários e até lâmpadas de LED. O chip é um componente feito de silício, que permite controlar o fluxo de eletricidade. Com isso, é possível executar comandos e armazenar dados em dispositivos eletrônicos. Taiwan domina a produção dos chips mais avançados, sendo responsável por cerca de 90% da fabricação global desses modelos — inclusive os usados em inteligência artificial.
Antecedentes da decisão
Desde abril, o governo Trump já avaliava incluir chips no pacote de tarifas sobre produtos estrangeiros. Inicialmente, os semicondutores ficaram de fora, mas Trump havia alertado que o setor poderia ser incluído por questões de segurança nacional. Agora, a nova medida visa reduzir a dependência externa e fortalecer a indústria doméstica de tecnologia.