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Onda de incêndios em SP provocou perdas de R$ 1 bilhão na agropecuária, diz governo estadual

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Pecuária, cana-de-açúcar e fruticultura são alguns dos setores mais atingidos pelo fogo.

Por Paula Salati, g1

Imagem de uma plantação de cana atingida por incêndios em Dumont (SP). — Foto: Reuters

Imagem de uma plantação de cana atingida por incêndios em Dumont (SP). — Foto: Reuters 

onda de incêndios no interior do estado de São Paulo gerou, até o momento, um prejuízo de R$ 1 bilhão aos produtores rurais do estado, informou a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de SP, no final da tarde desta segunda-feira (26). 

Estima-se que 3.837 propriedades rurais foram atingidas em 144 municípios paulistas. Os dados são preliminares e foram levantados por 20 das 40 regionais da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI). 

Os principais setores do agro impactados foram: 

  • bovinocultura de corte (carne bovina);
  • bovinocultura de leite;
  • cana-de-açúcar; 
  • fruticultura;
  • extração de látex para a produção de borracha;
  • e apicultura (criação de abelhas para produção de mel, propólis, pólen, etc).

Onda de incêndios em SP

A onda de incêndios no interior de São Paulo deixou 48 cidades da região em alerta máximo para queimadas. Duas pessoas morreram e mais de 800 tiveram que deixar suas casas desde que o fogo começou, na sexta-feira (23), segundo dados do governo estadual. 

São Paulo já teve mais de 2.300 focos de incêndio em apenas três dias, de acordo com a Defesa Civil. Imagens de moradores de cidades afetadas mostram o céu coberto por uma camada de fumaça. 

Foi o agosto com mais focos de incêndio da história do estado de São Paulo desde 1998.

Em entrevista à GloboNews, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que três pessoas foram presas nas cidades de São José do Rio Preto, Batatais e Porto Ferreira por provocar incêndios criminosos. “São pessoas que portavam gasolina e estavam realmente ateando fogo de forma criminosa”, explicou. 

O governo acredita, por ora, que não há uma ação orquestrada. A Polícia Civil e aPolícia Federal investigam.

Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (26), Wolnei Wolff, secretário Nacional de Proteção e da Defesa Civil, afirmou que99,9% dos focos de incêndio no interior do estado de São Paulo foram causados por ação humana.

Ainda segundo Wolff, a Polícia Federal informou que, até domingo (25), 32 processos foram abertos para investigar possíveis incêndios criminosos no Brasil, sendo que dois desses foram no estado de São Paulo.

Ajuda a produtores rurais

O governo estadual informou ainda nesta quinta-feira (26) que disponibilizou R$ 110 milhões para os produtores rurais paulistas afetados pelos incêndios nos últimos dias. 

Destes, R$ 100 milhões são para a modalidade de seguro rural, voltada para a redução dos efeitos econômicos e financeiros do extremo climático; os outros R$ 10 milhões são para custeio emergencial, ou seja, para as despesas de manutenção e recuperação da produção. 

Os recursos serão disponibilizados via Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista. O produtor deve buscar a Casa da Agricultura de seu município para ter acesso ao crédito.

Perdas na cana-de-açúcar

Com os incêndios de sexta-feira e sábado, 59 mil hectares de plantio de cana-de-açúcar foram queimados. Isso inclui tanto áreas de cana prontas para a colheita, como as de rebrota (áreas que seriam colhidas na próxima safra). 

Com isso, estima-se que os produtores de cana já tiveram um prejuízo de R$ 350 milhões. Os dados são da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana). 

O CEO da entidade, José Guilherme Nogueira, diz que esses dados são preliminares e que os números podem ser maiores depois que as perdas de domingo e segunda forem contabilizadas. 

“A frente fria que chegou no domingo (25) trouxe chuva ao interior de São Paulo, algo em torno de 15 milímetros, amenizando a situação. Mas o tempo deve continuar seco e quente nos próximos dias, o que nos traz muita preocupação para que não ocorra mais incêndios”, disse. 

Nogueira acrescentou que o setor segue o Protocolo Agroambiental “Etanol Mais Verde”, que proíbe o uso de fogo na colheita de cana no Estado de São Paulo. 

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