Em 2024, alunas do Piauí ganharam 1.628 medalhas em competições estaduais e nacionais.
Piauí avança na inclusão de meninas na Ciência e incentiva talentos acadêmicos
Nesta terça-feira (11), durante o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, o Piauí se destaca pelos esforços na promoção da participação feminina nas áreas científicas. A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) tem investido em iniciativas que incentivam alunas a participarem de olimpíadas do conhecimento e projetos de pesquisa no ensino básico.

Um dos principais programas voltados para essa missão é o Programa de Bolsas de Iniciação Científica Júnior (Pibic-Jr), realizado pela Seduc em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (Fapepi). O projeto recebeu um investimento de R$ 2,7 milhões, garantindo 500 bolsas para estudantes e 125 para professores. Desse total, 275 bolsas (55%) foram destinadas a meninas, reforçando a busca pela equidade de gênero na ciência.
Cada aluna recebe R$ 300 mensais, enquanto os professores orientadores recebem R$ 1.000 por mês, durante um período de dez meses. O objetivo é despertar o interesse pela pesquisa e fortalecer a cultura científica nas escolas públicas.

Jovens cientistas em destaque
No Centro Estadual de Tempo Integral (Ceti) Cônego Cardoso, em Castelo do Piauí, a estudante Mylla Beatriz Soares Alves Brandão, bolsista do Pibic-Jr, desenvolve um estudo sobre o impacto das agroindústrias familiares na sustentabilidade local. Inspirada na cientista Marie Curie, Mylla destaca a importância da pesquisa como meio de descoberta e inovação.
Conquistas em olimpíadas científicas
O incentivo à ciência tem gerado grandes resultados. Em 2024, alunas piauienses conquistaram 1.628 medalhas em competições nacionais e estaduais, sendo 383 de ouro, 534 de prata e 711 de bronze. Os prêmios foram conquistados em 26 olimpíadas do conhecimento, incluindo eventos como Mandacaru, OBB, OBA, Quimeninas, Canguru, OBMEP, entre outras.
Para apoiar a participação dos estudantes, a Seduc mantém o programa Seduc Olímpica, que oferece preparação específica, materiais de estudo e suporte para os professores. Além disso, medalhistas nas competições estaduais recebem bolsas de R$ 300 mensais por seis meses, totalizando até R$ 1.800 por olimpíada. Se premiados nas cinco competições estaduais organizadas pela Seduc, os estudantes podem acumular até R$ 9.000 em bolsas.
Com esses investimentos e incentivos, o Piauí segue fortalecendo a presença feminina na ciência, preparando jovens talentos para o futuro acadêmico e profissional.

A aluna Geovana Macedo Mineiro, do Ceti Cônego Cardoso, obteve ouro na Olimpíada Brasileira de Biotecnologia (2º lugar no Nordeste) e bronze na Olimpíada Nacional Feminina de Química e na Olimpíada Brasileira de Geopolítica. Ela ressalta: “A escola sempre me incentivou a participar das olimpíadas, o que resultou nessas conquistas. É muito importante ter meninas ocupando o campo das ciências.”

A estudante Iulla Walleska de Souza, aprovada no Pibic-Jr e vencedora de medalha de ouro na Olimpíada Nacional de Ciências (ONC) e na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), destaca a influência dos professores em sua trajetória. “A dedicação dos educadores é inspiradora. Eles nos motivam a explorar o universo da ciência, especialmente nós, meninas”, afirma.
O secretário de Estado da Educação, Washington Bandeira, reforça a relevância dessas iniciativas. “É essencial não apenas garantir o acesso à educação de qualidade, mas também incentivar a participação das meninas em olimpíadas e projetos de iniciação científica. A expansão do ensino integral possibilita maior engajamento, fortalecendo o compromisso do Piauí com a inclusão e o protagonismo feminino na ciência. Essas ações ajudam a formar novas gerações de cientistas”, conclui.

O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado em 11 de fevereiro, foi criado em 2015 pela UNESCO com o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre a importância da igualdade de gênero nas ciências. A data também visa estimular a participação feminina nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM), promovendo mais oportunidades para as mulheres nesse campo.