O grupo Hamas respondeu à proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos para a Faixa de Gaza, mas incluiu novas exigências que foram imediatamente rejeitadas por Israel e pelo governo americano, por serem consideradas inaceitáveis.
No início da noite em Gaza, o Hamas enviou aos Estados Unidos uma contraproposta com mudanças no plano original. O grupo aceitou libertar 10 reféns vivos e entregar os corpos de 18 israelenses, mas propôs que isso fosse feito em cinco fases, ao invés das duas previstas na proposta americana.
O cronograma apresentado pelo Hamas seria:
Libertação de quatro reféns vivos no primeiro dia da trégua, que duraria 60 dias (ainda sem data para começar); Dois reféns vivos no 30º dia do cessar-fogo; E quatro reféns vivos no último dia do acordo; Já os 18 corpos de israelenses seriam entregues em duas etapas distintas.
Em troca, o grupo exige:
A libertação de mais de mil prisioneiros palestinos; Um aumento significativo da ajuda humanitária, com entrega coordenada pela ONU; E ainda, a retirada total das tropas israelenses de Gaza; Além de um cessar-fogo permanente, a ser negociado antes do fim da trégua de 60 dias.
Essas novas condições não estavam incluídas no plano elaborado por Steve Witkoff, enviado dos EUA para o Oriente Médio sob a gestão de Donald Trump, e que já havia sido aceito por Israel. Em declaração nas redes sociais, Witkoff classificou a contraproposta como “totalmente inaceitável” e reiterou que só haverá um cessar-fogo se o Hamas devolver pelo menos metade dos reféns vivos e metade dos corpos.
O Hamas reagiu, afirmando que Witkoff está favorecendo Israel. Já o governo israelense acusou o grupo de rejeitar oficialmente a proposta americana e garantiu que continuará as operações militares até derrotar o Hamas e libertar os reféns. Segundo Israel, 58 reféns ainda estão em cativeiro, e 35 estariam mortos.
Neste sábado (31), em Tel Aviv, familiares e amigos dos reféns se reuniram para pedir o retorno de todos e o fim da guerra. Enquanto isso, a ONU classificou a situação humanitária em Gaza como a pior desde o início do conflito.

Apenas 30 caminhões com ajuda humanitária conseguiram entrar na Faixa de Gaza no mesmo dia — antes da guerra, esse número chegava a 500 diariamente. O Unicef informou que mais de 50 mil crianças palestinas foram mortas ou feridas desde outubro de 2023, o que representa uma criança atingida a cada 20 minutos.
No norte de Gaza, o último hospital ainda em funcionamento teve que fechar neste sábado, após ser cercado pelas forças israelenses. Pacientes e equipes médicas foram evacuados.
De acordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas, bombardeios israelenses nas últimas 24 horas mataram 60 palestinos e feriram outros 284.