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Família de vítima do submarino Titan, que implodiu no fundo do mar, pede US$ 50 mi de indenização à empresa proprietária

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No processo, de homicídio culposo, a família do explorador francês Paul-Henri Nargeolet acusa o operador do submersível de negligência grave.


Paul Henry Nargeolet — Foto: Reprodução/LinkedIn

A família do explorador francês Paul-Henri Nargeolet, uma das cinco vítimas da implosão do submarino Titan durante expedição para ver os destroços do Titanic, entrou com uma ação na Justiça pedindo uma indenização de US$ 50 milhões, o equivalente a R$ 280 milhões, à empresa OceanGate. 

No processo, de homicídio culposo, a família acusa o operador do submarino de negligência grave. Advogados do espólio disseram, em uma declaração por e-mail, que o “submersível condenado” tinha uma “história problemática” e que a OceanGate não divulgou fatos importantes sobre a embarcação e sua durabilidade. 

“O processo alega ainda que, embora Nargeolet tenha sido designado pela OceanGate para ser um membro da tripulação, muitos dos detalhes sobre as falhas e deficiências do navio não foram divulgados e foram propositalmente ocultados”, disseram os advogados do Buzbee Law Firm de Houston, Texas.

Conhecido como “Sr. Titanic”, Nargeolet já havia visitado o local do Titanic muitas vezes antes e era considerado uma das pessoas mais bem informadas do mundo sobre o famoso naufrágio. 

Um porta-voz da OceanGate se recusou a comentar o processo, que foi aberto nesta terça-feira (6) no Condado de King, em Washington.

OceanGate quer voltar a fazer expedição

Embora as investigações sobre o que causou o tragédia do Titan ainda não tenham sido concluídas — e serão adiadas ainda sem prazo final — exploradores disseram recentemente à agência de notícias Associated Press que estão confiantes de que a exploração submarina pode continuar com segurança no mundo pós-Titan

O desaparecimento do Titan a caminho do local dos destroços do Titanic completou um ano no dia 18 de junho. Após pouco mais de uma semana de uma busca de cinco dias que envolveu três países que ganhou holofotes em todo o mundo, a Guarda Costeira dos EUA disse que o navio foi destruído, e todas as cinco pessoas a bordo morreram. 

Desde então, especialistas levantaram preocupações sobre se o Titan estava destinado ao desastre devido ao seu design não convencional e à recusa do seu criador em se submeter a verificações independentes que são padrão na indústria. 

Em agosto, a Guarda Costeira deve fazer uma audiência pública planejada para discutir o que seus engenheiros descobriram até agora. 

Enquanto isso, a exploração em alto mar continua. A empresa com sede na Geórgia que detêm os direitos de salvamento do Titanic planeja visitar os restos do navio em julho usando veículos operados remotamente, e um bilionário imobiliário de Ohio disse que planeja uma viagem até o naufrágio em um submersível para duas pessoas em 2026. 

“É um desejo da comunidade científica descer ao oceano”, disse Greg Stone, um veterano explorador oceânico e amigo do CEO do Titan, Stockton Rush, que morreu na implosão. “Não notei nenhuma diferença na vontade (dos exploradores) de entrar no oceano, explorar.”

Na última expedição do Titan, além de Paul-Henri Nargeolet, estavam a bordo: 

  • o diretor-executivo da OceanGate, Stockton Rush, piloto do submarino;
  • o empresário paquistanês Shahzada Dawood;
  • Suleman Dawood, que é filho de Shahzada;
  • o bilionário e explorador britânico Hamish Harding;

saiba qual é a profundidade onde está o Titanic; ambiente hostil dificulta buscas por submarino desaparecido — Foto: Vitória Coelho e Wagner Magalhães | Arte g1