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Ideb mostra que valorização do professor e foco nos alunos geram melhores resultados

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Segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o país só conseguiu alcançar a meta na primeira fase do ensino fundamental, até o quinto ano.

Por Jornal Nacional

Os números divulgados na quinta-feira (14) do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o Ideb, mostram que as escolas com os melhores resultados trilharam caminhos parecidos: atenção ao aluno e valorização do professor.

O Ideb avalia três momentos distintos da educação básica: os anos iniciais e finais do ensino fundamental e o ensino médio. Para cada uma dessas etapas, o MEC – Ministério da Educação estabelece uma meta de pontuação. No balanço geral, o país só conseguiu alcançar a meta na primeira fase do ensino fundamental, até o quinto ano.

O Paraná teve a maior nota nessa etapa. O Ceará ficou em segundo lugar, mas é o estado que possui o maior número de escolas nota 10. Das 21 do país, 15 são cearenses. É também onde fica o único município que tirou 10 nessa etapa do Ideb: Pires Ferreira

A secretária de Educação explica que os bons resultados vêm de estratégias básicas: o investimento nos profissionais da educação.

“É o professor, é o apoio pedagógico, é o coordenador, é o diretor, é o auxiliar, é a merendeira que está na escola, é o porteiro que está na escola. Então, eles têm que ser preparados. São eles que têm que estar prontos para receber a clientela”, diz Rosa Matias, secretária de Educação de Pires Ferreira (CE).

Na segunda etapa do ensino fundamental, do sexto ao nono ano, só três estados atingiram a meta de 5,5: Ceará, Goiás e Paraná. A valorização do professor também foi o foco paranaense.

“A gente tem um trabalho muito forte em formação continuada dos professores. A gente faz uma formação muito forte com os professores. A aquisição de material pedagógico, material pedagógico que tem que ser centralizado em língua portuguesa e matemática”, afirma Roni Miranda, secretário de Educação do Paraná.

Investir em quem ensina é essencial, dizem os especialistas.

“Porque o professor é quem conduz todo esse processo. Ele é o mestre ali, ele é o mediador. Ele é o condutor e orientador desses alunos. Então, eles precisam cada vez mais entender não só as necessidades de mercado ou do mundo digital, mas principalmente como é que essa juventude se porta hoje. As mudanças do processo de aprendizagem. Como que esses alunos têm todos esses conteúdos na mão, mas não têm o conhecimento”, diz Juliana Santos, consultora educacional.

Os números também mostram que não dá para crescer sem olhar o alvo principal – o aluno – e estar atento a problemas que vão além da sala de aula. Alagoas, que tirou 5,4 em 2021 na primeira etapa do fundamental e agora 6, investiu até na visão dos alunos. 

“Nós investimos em óculos de grau para os que precisam, em materiais didáticos e em fardamentos completos”, conta Madalena Silva, diretora de escola.

Na média nacional, as notas do ensino médio foram os piores resultados do Ideb. Nenhum estado atingiu a meta de 5,2. O Espírito Santo tirou 4,8 – ficou entre os melhores resultados do país. Além disso, o estado conseguiu melhorar a nota também nas outras duas etapas do ensino fundamental. 

Aumentar a quantidade de horas que o aluno fica na escola. Essa tem sido uma estratégia adotada no Espírito Santo para melhorar a nota no Ideb. Nos últimos 4 anos, o estado passou de 62 para 184 escolas de ensino de tempo integral.

Independente da etapa de ensino, especialistas reforçam que a escola tem que conquistar os alunos e que, assim, a aprendizagem é mais eficiente.

O município de Santana do Mundaú, em Alagoas, tirou a melhor nota do país na segunda fase do ensino fundamental 

“Minha professora é bem legal, tem várias tias que eu já estudei aqui. Eu acho essa escola bem legal”, diz Paola Carvalho, de 7 anos.