O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou nesta segunda-feira (24) que uma “trégua” na guerra na Ucrânia pode ser alcançada dentro de algumas semanas.
“Antes de tudo, é fundamental um cessar-fogo. Acredito que isso possa ocorrer nas próximas semanas”, afirmou Macron em entrevista à Fox News após uma reunião na Casa Branca com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O encontro entre os dois líderes aconteceu no terceiro aniversário do conflito no Leste Europeu, em meio a um cenário de tensão global. Recentemente, Trump sinalizou uma aproximação com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, o que gerou reações entre aliados ocidentais.
Durante a reunião, Trump e Macron concordaram com a necessidade de tropas europeias na Ucrânia para garantir a paz caso um acordo seja firmado. O ex-presidente americano, que afirmou já ter mantido contato telefônico com Putin, garantiu que o líder russo não se oporia à presença dessas forças no território ucraniano.
Macron, por sua vez, mencionou que há muito tempo não conversa diretamente com Putin, mas manifestou a expectativa de que a volta de Trump à presidência dos EUA possa criar um “novo contexto” para restabelecer o diálogo com Moscou.
Outro ponto de divergência entre os líderes foi o volume de ajuda destinado à Ucrânia. Trump argumentou que os Estados Unidos contribuíram significativamente mais do que qualquer outro país, uma declaração contestada por analistas. Macron rebateu, afirmando que a Europa financiou cerca de 60% do esforço de guerra de Kiev.
Três anos de conflito e embates políticos
O encontro na Casa Branca ocorre em meio a declarações polêmicas. Na semana anterior, Trump chamou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de “comediante modestamente bem-sucedido” e “ditador”, além de fazer ameaças diretas ao governo ucraniano. Dois dias depois, minimizou a importância de Zelensky nas negociações de paz, afirmando que o líder “torna os acordos mais difíceis”.
Enquanto isso, autoridades dos Estados Unidos e da Rússia se reuniram na Arábia Saudita para discutir uma possível solução para a guerra sem a participação de representantes da Ucrânia.
Zelensky, por sua vez, acusou Trump de exigir US$ 500 bilhões em riquezas ucranianas como condição para receber apoio dos EUA. Ele declarou que jamais poderia “vender” seu país em troca de suporte internacional.
No último dia 17, líderes europeus reafirmaram disposição para enviar tropas de paz à Ucrânia assim que um acordo com a Rússia for firmado. Em uma reunião de emergência em Paris, também defenderam o aumento dos investimentos militares para conter possíveis ameaças expansionistas de Moscou.
