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Pai motiva filha a se juntar a pelotão mirim e assume coordenação do projeto no Piauí

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Atualmente, Juliane vive uma nova fase ao lado do marido e da filha, refletindo sobre como a perseverança de seu pai moldou seu caminho.

De pai dedicado a coordenador de um dos maiores Pelotões Mirins do Piauí, a trajetória de Jenison Lopes, carinhosamente chamado de “Nenezão” pelos policiais militares, está profundamente entrelaçada com a conexão que tem com sua filha. O projeto social, que ele comanda, está situado no Batalhão de Rondas Ostensivas de Natureza Especial (BPRone), localizado no bairro Pirajá, na zona Norte de Teresina, e oferece atendimento a aproximadamente 150 crianças e jovens da comunidade.

Entre os beneficiados pelo projeto está sua própria filha, Juliane Amorim, que já se formou através da iniciativa. Em 2011, Jenison, morador da área, tomou conhecimento do programa e se empenhou para garantir uma vaga para Juliane. Diante das adversidades que sua família enfrentava, ele enxergou no Pelotão Mirim uma oportunidade valiosa para melhorar o futuro de sua filha.

“Naquele instante de desespero, percebi que era hora de buscar apoio. Como pai, entendi que tinha encontrado o lugar ideal para ajudar minha filha. A partir desse ponto, ela começou a receber uma educação estruturada, a desenvolver sua mente, a adquirir disciplina e ética, além de se envolver em atividades esportivas. Essas experiências tiveram um impacto significativo em sua rotina. Fiquei sabendo do projeto e, com muito empenho, conseguimos garantir uma vaga para ela. Ela passou a contar com acompanhamento e suporte adequados. Apesar das dificuldades que estávamos enfrentando, aprendemos sobre ética e cidadania, tudo isso graças ao apoio dos militares envolvidos no projeto”, ressalta Jenison.

Ao longo dos anos, a experiência de acompanhar sua filha despertou em Jenison Lopes o desejo de se envolver como voluntário no Pelotão Mirim. Com o apoio dos policiais militares, ele assumiu a coordenação do Pelotão Mirim da Rone em 2017. O programa é voltado para crianças e adolescentes matriculados na rede pública de ensino que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Seu objetivo é diminuir os índices de violência e criminalidade, especialmente aqueles que envolvem jovens, por meio de um processo de transformação, educação e integração, em colaboração com a Polícia Militar e outras instituições.

“O coordenador compartilha sua experiência: ‘Tivemos a oportunidade de conhecer o trabalho do projeto social voltado para a ressocialização e, desde então, nos tornamos parte da equipe. Agradeço a Deus pela linda trajetória que construímos com essas crianças. Estamos sempre lado a lado, batalhando por elas e buscando promover valores como ética, cidadania e educação na vida dos nossos jovens. Hoje, minha filha cresceu e se tornou mãe de família. Não trocaria meus sábados por nenhuma outra atividade. Estar ao lado dessas pessoas, que confiaram em mim e se dedicaram a fazer o melhor pela minha filha e por todas as crianças que passaram pelo projeto, é uma experiência incalculável.'”

Juliane Amorim ingressou no programa aos 12 anos, motivada por seu pai. Naquela época, ela vivia um período de rebeldia e enfrentava os desafios típicos da adolescência. A princípio, não estava satisfeita com a nova atividade, mas, com o passar do tempo, começou a valorizar o programa e hoje considera que foi uma das melhores escolhas de seu pai.

“Eu estava atravessando um momento complicado da adolescência, uma fase repleta de rebeldia que trouxe muitos desafios para os meus pais. Foi então que meu pai decidiu me inscrever no pelotão. Comecei a frequentar as atividades aos sábados e logo percebi uma grande transformação na minha vida. A maneira como os instrutores nos educavam realmente mudou a minha perspectiva. O apoio que recebi me ajudou a me reencontrar. Desde que entrei no pelotão, minha visão sobre o futuro se alterou drasticamente, trazendo-me mais esperança em relação a um amanhã melhor e a capacidade de tomar decisões mais sábias. Sem dúvida, foi a melhor decisão que meu pai poderia ter tomado”, destaca Juliane.

Juliane passou quase uma década no Pelotão Mirim. Hoje, ela é casada e mãe de uma menina. Ela reflete que, sem a determinação de seu pai, sua vida poderia ter tomado outro rumo.

“Sou uma pessoa transformada, em grande parte por causa do meu pai e do projeto que me proporcionou tantas coisas boas, me educou e ainda me motiva a ser uma versão melhor de mim mesma”, conclui.

Fonte: Governo do Piauí