Trump sugere novamente possibilidade de um terceiro mandato, desafiando Constituição dos EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a sugerir neste domingo (30) que pode tentar um terceiro mandato, desafiando a limitação imposta pela Constituição do país.
“Não estou brincando”, afirmou Trump ao ser questionado sobre suas declarações a respeito de uma possível nova candidatura. “Existem maneiras de isso acontecer”, disse ele em uma ligação para a emissora NBC.
A 22ª Emenda da Constituição, aprovada em 1951 após Franklin D. Roosevelt ser eleito quatro vezes consecutivas, estabelece que ninguém pode ser eleito presidente mais de duas vezes. Apesar disso, Trump, de 78 anos, tem repetido a possibilidade de buscar um terceiro mandato, e suas declarações mais recentes foram as mais diretas sobre o assunto.
Desde o início de seu segundo mandato, Trump tem governado por meio de uma série de decretos e tem utilizado um departamento liderado por Elon Musk, o DOGE, para reestruturar setores do governo federal, reduzindo a influência de funcionários de carreira. Segundo ele, seus apoiadores esperam que ele vá além.
“Muita gente quer que eu faça isso”, disse à NBC News. “Mas, no momento, digo a eles que ainda temos um longo caminho pela frente.”
Modificar a Constituição para permitir um terceiro mandato exigiria o apoio de dois terços da Câmara dos Representantes e do Senado — números que o Partido Republicano atualmente não possui.
Embora tenha dito que ainda é cedo para tomar uma decisão, Trump garantiu que recebeu propostas que poderiam viabilizar sua permanência no poder.
Plano alternativo: candidatura como vice-presidente
Ao ser questionado sobre uma possível estratégia em que o vice-presidente J.D. Vance se candidataria à presidência com Trump como vice, para depois renunciar e permitir que ele reassumisse o cargo, o presidente respondeu que esse seria “um dos métodos” e sugeriu que existem outras alternativas, sem dar detalhes.
Se não optar por uma alteração no Congresso, Trump precisaria do apoio de dois terços dos 50 estados para convocar uma convenção constitucional e propor mudanças na Carta Magna. Após essa etapa, qualquer emenda precisaria da ratificação de três quartos dos estados.
Ambas as opções, no entanto, parecem improváveis, considerando o atual cenário político e o número de estados controlados pelos republicanos.
Os Estados Unidos nunca realizaram uma convenção constitucional. Todas as 27 emendas existentes foram aprovadas pelo Congresso.
