Ex-presidente e candidato republicano à presidência dos EUA fez primeira postagem em um ano na rede social, da qual passou dois anos banido acusado de incentivar a invasão ao Capitólio em janeiro de 2021. Trump dará entrevista esta noite a Musk, que doou para a campanha do republicano, segundo agência Bloomberg.
Donald Trump e Elon Musk — Foto: Reprodução
Donald Trump está voltando (ao menos por uma noite) para o X, rede social da qual já foi banido por quase dois anos, para dar uma entrevista ao vivo nesta segunda-feira (12).
Trump e Elon Musk, dono do X, farão na noite desta segunda-feira (12) uma “conversa ao vivo”. A entrevista, disse Musk, acontecerá “sem roteiro e sem limites de assunto, então deve ser altamente divertido”.
Musk pediu aos usuários do X façam suas próprias perguntas ao ex-presidente.
A conversa, além de uma tentativa de Trump de alcançar milhões de eleitores diretamente, é também uma oportunidade para o X, plataforma que depende muito da política, se redimir após algumas dificuldades.
Também nesta segunda-feira, o republicano fez a primeira postagem na rede social em um ano. Trump publicou um vídeo de campanha alegando ter sofrido perseguição política com os processos aos que ele responde na Justiça.
Em 2021, o ex-presidente foi expulso da plataforma — então conhecida como Twitter — dois dias após a invasão ao Capitólio dos EUA, o prédio do Congresso do país, em 6 de janeiro daquele ano. Na ocasião, a plataforma disse ter entendido que a conta de Trump oferecia “risco de mais incitação à violência”.
Em novembro de 2022, Musk comprou o X, e a conta de Trump foi restabelecida, embora o ex-presidente não tenha publicado novas postagens, insistindo que estava mais feliz em seu próprio site, o Truth Social, que ele lançou durante o período em que ficou banido do X.
A rede social já foi palco de alguns momentos marcantes da corrida eleitoral para a Casa Branca. Ao pular o primeiro debate presidencial do Partido Republicano em agosto, Trump lançou sua própria programação em paralelo à sigla e deu uma entrevista gravada ao ex-apresentador do Fox News Channel Tucker Carlson, que foi ao ar no X.
No mês passado, o presidente dos EUA, Joe Biden, deu a notícia de desistiria de concorrer à reeleiçãoem uma carta postada também na plataforma.
Em maio de 2023, o governador da Flórida, Ron DeSantis, usou a plataforma como uma forma de anunciar oficialmente sua candidatura presidencial em uma transmissão ao vivo desastrosa marcada por falhas técnicas e sobrecarregada pelas mais de 400.000 pessoas que tentaram acompanhá-la.
Antes de sua conversa com Trump, Musk afirmou que a plataforma X estava conduzindo “alguns testes de escala de sistema” para lidar com o que se prevê ser um alto volume de participantes.
Musk, que se descreveu como democrata até alguns anos atrás, endossou a candidatura de Trump dois dias depois de o ex-presidente republicano ser ferido durante uma tentativa de assassinato em um comício na Pensilvânia no mês passado.
Muito antes de endossar Trump, no entanto, Musk vinha se voltando cada vez mais para a direita em suas postagens e ações na plataforma, também usando X para tentar influenciar o discurso político ao redor do mundo.
Utilizando sua própria rede, ele já entrou em uma briga com o ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre censura e amplificou falsas alegações de que os democratas estão secretamente trazendo migrantes para votar nas eleições dos EUA.
Além da conta de Trump, Musk também restabeleceu outros perfis banidos anteriormente, como o do teórico da conspiração Alex Jones.
A conta de Elon Musk hospedará a entrevista desta noite, que acontece no momento em pesquisas indicam disputa acirrada entre Trump e a candidata democrata à presidência, Kamala Harris, principalmente em estados decisivos para as eleições dos EUA, que acontecem em novembro.
Segundo a agência de notícias Bloomberg, Musk já doou dinheiro para a campanha de Trump deste ano. Ele não se pronunciou sobre isso.
Antes da postagem desta segunda, o ex-presidente havia postado no X apenas uma vez, com uma foto de sua foto de fichamento depois que ele se rendeu em uma prisão de Atlanta há um ano sob acusações de que ele conspirou para anular sua derrota eleitoral no estado.
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